São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 1994
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Casal desiste de morar longe do trabalho

TELAM FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há dois meses o casal de dentistas Waldir Romão Júnior, 34, e Márcia colocaram à venda a casa onde moram com seus três filhos, no Residencial 10 de Alphaville.
"Pretendemos voltar para São Paulo, onde está nossa vida profissional e pessoal", afirma Romão.
Ele acha Alphaville um local muito agradável e ideal para a recreação das crianças. "Mas infelizmente o trânsito da Castelo Branco está tornando impraticável viajar a São Paulo diariamente."
Romão conta que, quando se mudou para a região (há três anos), cumpria o trajeto até seu consultório, situado no centro da capital, em 35 ou 40 minutos.
"Nos dias de maior congestionamento, agora levo até 1h50", Para evitar os horários de trânsito, tem saído para o trabalho às 6h.
Romão diz que a vida do casal ficou mais complicada desde o nascimento de seus filhos gêmeos, que hoje têm um ano e oito meses.
"Minha mulher tem uma vida profissional muito ativa em São Paulo. Quando, por algum motivo, precisa ver as crianças, não leva menos que 1h para ir para casa."
O dentista afirma estar saindo de Alphaville "com dor no coração". Lá, ele mora em casa ampla de 430 m2, que construiu de acordo com seu gosto e necessidades.
Sei que com o dinheiro da venda do imóvel –cerca de R$ 350 mil- consigo comprar um apartamento de, no máximo, 200 m2 em Perdizes, onde queremos morar.
Também em função do trânsito na Castelo, o empresário Arnaldo Len, 35, quer se mudar de Alphaville, onde vive há 4 anos.
"Morar em Alphaville é um prazer, uma dádiva, mas há um problema sério chamado Castelo Branco", diz. Len lamenta o fato de que, ao voltar para São Paulo, tenha que morar em apartamento.
"Mas já me impus uma condição. Vou comprar um imóvel próximo a um clube, para oferecer opção de lazer a meus filhos".
Na situação oposta, o empresário Paulo Sérgio Vaz, 37, está chegando a Alphaville. Ele mudou-se há dois meses com a mulher e os filhos para um casa de 460 m2.
"Em São Paulo, embora morássemos em um apartamento amplo de cobertura em Higienópolis, a poluição nos impedia, por exemplo, de desfrutar com frequência da piscina do imóvel", diz.
Vaz diz a adaptação de sua família ao local tem sido ótima. Ele comprou a casa por R$ 400 mil. Um preço menor do que conseguiu com a venda do apartamento de São Paulo.
(Telma Figueiredo)

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