São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ronaldo chora e Viola 'rouba' a bola

MÁRIO MAGALHÃES; MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O goleiro corintiano Ronaldo começou a chorar ontem assim que o jogo acabou. "Desde pequeno eu tinha um sonho: ser um grande goleiro. Consegui."
Enquanto a torcida, sem ir embora do Pacaembu, gritava seu nome, o goleiro chorava.
"Perdi mais uma decisão para o Palmeiras, mas na minha cabeça estou invicto", disse. "Estou triste, mas não posso sair matando todo mundo pelas ruas."
"Os torcedores nos apoiaram porque sabem que em campo sempre haverá homens de verdade com a camisa corintiana, começando com o da camisa 1."
No momento em que Ronaldo começou a chorar, no campo, o atacante Viola passou correndo ao seu lado para o vestiário.
Ele "fugiu" com a bola da partida, propriedade do clube dono do mando de campo –ontem, o Palmeiras. "Eu 'roubei-a' em protesto contra o juiz Márcio Rezende, que não merecia ficar com ela."
Viola reclamou contra novo pênalti não marcado. Como na primeira das duas partidas da final do Campeonato Brasileiro, o zagueiro Cléber fez pênalti –não marcado– no jogador corintiano.
O Corinthians sonha tirar na Justiça Desportiva o título palmeirense. O clube se opôs à escalação do zagueiro Antônio Carlos na quinta-feira por não cumprir suspensão automática por expulsão.
As chances corintianas de recuperar na Justiça o título perdido em campo são praticamente nulas.
O lateral-esquerdo Branco, expulso, teve um corte sobre o lábio causado, segundo ele, por uma cotovelada do atacante Evair.
Jogadores se disseram emocionados com a torcida. O jogo acabou e, apesar da derrota, os torcedores permaneceram no estádio.
Só saíram empurrados por policiais. Cantaram três vezes o hino do clube, com muitos chorando. Ao deixar o Pacaembu, gritavam: "Pode ganhar, pode perder, eu sou Corinthians até morrer."

Texto Anterior: Rivaldo conquista primeiro título
Próximo Texto: Jair e Tuma Jr. devem continuar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.