São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
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Calcanhoto parte para o 'pop experimental'

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

Adriana Calcanhoto, 29, mudou. Em seu terceiro disco, "A Fábrica de Poemas", ela abandonou o estilo que a levou às paradas de 1993. "Senhas", o disco que a levou ao sucesso, vendeu 150 mil cópias, mas a superexposição a deixou infeliz.
Agora, Adriana diz ter feito um disco "experimental, do jeito pop". Para isso, ela buscou parcerias com Antônio Cícero, Waly Salomão e Jorge Salomão.
Musicou um texto do cineasta Joaquim Pedro de Andrade –uma resposta escrita em 1987 para o jornal francês "Libération"– e aproveitou a voz de Gertrude Stein lendo trechos de seus poemas em "Portrait of Gertrude".
Adriana trouxe também o poeta Augusto de Campos para ler um trecho de "Verme e Estrela", do poeta baiano Pedro Kilkerry, musicado por Cid Campos, filho de Augusto.
A cantora fez uma homenagem afetiva em seu novo disco. Em "Minha Música", a bateria é tocada por seu pai, Carlos Calcanhoto, que acompanhou Elis Regina em seu início de carreira.
"Essa é a grande diferença dos meus discos anteriores. Abri para parceiros com os quais sempre quis trabalhar", diz Adriana, que precisou vencer uma batalha interna para gravar ainda este ano.
Depois da superexposição de 1993, sua intenção era ficar um ano fora de estúdios e temporadas. "Estava me sentindo mal por fazer shows sem estar a fim", explica.
A mesma sensação Adriana tinha com relação a um novo disco. "Não achei que fosse sair algo que prestasse, mas o resultado me alegrou. Agora, se pudesse, gravaria mais um disco. Que a gravadora não me ouça", diz a cantora.
A mudança de linha de trabalho foi acompanhada por uma mudança de imagem. Seu cabelo voltou do loiro oxigenado ao tom castanho natural.
Disco: A Fábrica de Poemas
Cantora: Adriana Calcanhoto
Lançamento: Sony Music
Quanto: R$ 18 (o CD, em média)

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