São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Piloto dos EUA morre na Coréia do Norte

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, anunciou ontem a morte de um dos tripulantes do helicóptero de seu país que caiu sábado na Coréia do Norte.
O outro aviador está vivo e são, de acordo com o governo norte-coreano, que passou as informações ao deputado Bill Richardson em Pyongyang.
Richardson, democrata de Novo México, sul do país, está na capital norte-coreana em viagem oficial sem relação com o incidente.
O anúncio de Clinton foi divulgado por escrito, em linguagem cuidadosa para evitar aumento de tensões entre EUA e Coréia do Norte.
O governo dos EUA admite que o helicóptero, um OH-68C Guerreiro Kiowa, invadiu o espaço aéreo da Coréia do Norte devido a erro de navegação.
O aparelho, usado em geral para vôos de reconhecimento e treinamento, não estava armado e realizava missão de rotina.
Não está ainda esclarecido se o helicóptero caiu por acidente ou se foi derrubado por soldados da Coréia do Norte.
O governo da Coréia do Norte acusou os EUA e a Coréia do Sul de estarem realizando "ações aéreas hostis" sobre seu território.
O porta-voz do comando militar dos EUA na Coréia do Sul classificou as acusações de "mentiras espúrias".
O soldado morto era David Hilemon, de Clarskville, Tennessee, sul dos EUA. O sobrevivente é Bobby Hall, de Brooksville, Flórida, também sul.
Em sua declaração, Clinton disse que sua "primeira preocupação agora é garantir o bem-estar" de Hall e em seguida trazê-lo de volta aos EUA.
Sobre Hilemon, Clinton afirmou que "esta trágica perda de vida foi desnecessária" e que está rezando pelas famílias dos dois militares.
O presidente pediu ao deputado Richardson que fique na Coréia do Norte até que o aviador Hall seja liberado.
EUA e Coréia do Norte vivem momento positivo, mas indefinido, de suas relações. Em outubro, os dois países assinaram acordo sobre a questão nuclear, o ponto mais sensível de seus antagonismos.
Mas a morte em julho de Kim Il-sung, que presidiu a Coréia do Norte desde sua funddação em 1948, criou um vazio de poder ainda não totalmente ocupado pelo seu filho e herdeiro, Kim Jong-il.
EUA e Coréia do Norte lutaram de junho de 1950 a julho de 1953. A guerra matou 33.651 soldados dos EUA e feriu 103.284. Quase seis milhões de norte-americanos serviram na Coréia naquele período e 37 mil ainda estão lá.

Texto Anterior: Carter tenta a paz em Sarajevo
Próximo Texto: Zona da fronteira é marcada por incidentes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.