São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994
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Táxi do Gugu não passa de uma armação

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Domingo desses, flagrei uma minha amiga –não dou nome aos bois para não comprometê-la– fazendo as vezes de passageira naquele quadro do táxi que Gugu Liberato exibe no SBT.
Para quem não sabe, o apresentador coloca peruca, barba e sobrancelhas postiças e sai, supostamente incógnito, dirigindo um táxi pela cidade e fazendo brincadeiras com passageiros que pega na rua.
Ou, ao menos, era isso que a trouxa aqui pensava. Mas não. Perguntei à minha amiga como ela não percebeu que o motorista era o Gugu. Ela me disse ter sido contratada pelo SBT, na qualidade de atriz, e ter recebido cachê para aparecer no esquete. Me disse mais: a maquiagem que Gugu usa é carregadíssima, feita para a TV. Só um cego não perceberia que se trata de embuste. Taí: Papai Noel não existe. Sinto ter revelado a armação ao inocente inútil...
Não costumo responder às cartas com críticas à minha coluna que são publicadas na seção Painel do Leitor, desta Folha. Todos têm direito a opinião e se, em vez de procurar algo que goste mais de ler, o leitor opta por escrever ao jornal criticando meus textos, problema dele.
Só abro exceção quando as cartas contêm acusações mentirosas.
No último sábado, o Painel publicou missiva assinada pelo senhor Silvio Helder Lencioni Senne, que vem a ser tio daquele termocéfalo, Alexandre Lencioni, que abriu um buraco na orelha do filho de 6 anos, aluno da Escola Morumbi.
Dediquei uma coluna ao fato, que ficou conhecido como "o caso do brinco", e considero natural que a família do menino Bruno, a quem teci críticas, se manifeste contra mim.
O que não é nada natural é o senhor Senne me descrever como "alguém que apóia publicamente a truculência em jogos de futebol".
Gostaria muito que ele fizesse a gentileza de apontar o texto em que cometi essa insanidade.
Ou melhor, que aprenda a ler em vez de inventar leviandades. Só não o processo por estar impregnada do espírito natalino.

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