São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994
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Tripulantes são libertados na Colômbia

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O piloto Paulo Sérgio Gonçalves Monteiro, 31, e o co-piloto Luís Antônio Ribeiro Pedrada, 30, foram libertados ontem à tarde na Embaixada do Brasil em Bogotá (Colômbia) pelos sequestradores do avião Bandeirantes PT-0HS da empresa aérea Taba (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica).
Para a Polícia Federal, o avião foi sequestrado para ser usado em operações de tráfico de drogas.
O sequestro ocorreu na quinta passada, quando o avião deixou o aeroporto de Carauari (AM). A aeronave seguiria para Tefé (AM), quando teve a rota desviada pelos sequestradores –os colombianos Odsongil Silva e Talmo Torques.
Segundo a PF, os colombianos embarcaram como passageiros junto com outras sete pessoas. Eles entraram na cabine da aeronave e mandaram o piloto desviar a rota.
Os passageiros foram libertados na sexta-feira passada em uma pista de pouso desconhecida em Tabatinga (1.100 km de Manaus).
A libertação levou os parentes dos tripulantes, que moram em Belém (PA), a fazer um apelo aos sequestradores para que eles fossem libertados antes do Natal.
O adido militar da Embaixada em Bogotá, coronel Emílio Fernandes, disse à Agência Folha, por telefone, que os tripulantes foram deixados em "boas condições" pelos sequestradores.
Fernandes disse que ninguém viu quando os tripulantes chegaram nem quem os deixou na embaixada. Segundo o coronel, os tripulantes não souberam informar se os sequestradores pertenciam ao grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, que atua no Peru e tem ligações com o tráfico de cocaína.
"Depois que deixaram o aeroporto, eles passaram a maior parte do tempo com os olhos vedados e quase não tiveram diálogos com os sequestradores", afirmou. Os dois tripulantes conversaram ontem por telefone com suas famílias.
A direção da Taba fretou um jato para buscá-los em Bogotá. De lá, eles vão para Manaus, onde deverão ser ouvidos hoje pela PF.
O diretor da Taba em Belém, Roberto Saketi, disse que o seguro garantirá a aquisição de outra aeronave, avaliada em US$ 600 mil. Para Saketi, "não há dúvidas" de que o sequestro foi praticado por guerrilheiros ou traficantes.
"O Bandeirantes é um avião com capacidade para 17 lugares que aterrissa e decola em pistas pequenas, muitas usadas pelos traficantes no interior da Amazônia."

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