São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Acidentes nas cidades

WALTER NORY

Com aproximadamente 50 mil mortos e 350 mil feridos anualmente em acidentes de trânsito, o Brasil ocupou em 1993 a triste e alarmante quarta posição dentre os lugares mais perigosos para se dirigir um veículo em todo o mundo, ficando atrás do Letônia, Lituânia e Portugal, conforme divulgação do Anuário das Estatísticas Mundiais de Saúde, da Organização Mundial de Saúde.
Segundo dados estatísticos nacionais, a idade média das pessoas que morrem nos acidentes de trânsito é de 33 anos e tais acidentes geram um prejuízo anual de quase US$ 4,5 bilhões, por envolver, em grande porcentagem, homens e mulheres no auge de sua capacidade produtiva. Além disso, as vítimas de acidentes de trânsito ocupam 63% dos leitos dos hospitais públicos, o que impede que muitos doentes, não incluídos nessas estatísticas, faleçam por falta de atendimento.
As cidades do interior têm contribuído para essas estatísticas de acidentes de trânsito. Campinas, Ribeirão Preto, Praia Grande e muitas outras convivem diariamente com problemas sérios de congestionamentos e acidentes com veículos, ciclistas e pedestres.
As principais causas do aumento de acidentes de trânsito nas cidades do interior são:
– crescimento da frota de veículos, sem a correspondente ampliação da malha viária;
– surgimento de pólos regionais de atração de viagens, como cidades turísticas, de indústria e comércio especializados etc., que geram grande fluxo de veículos, muitos dos quais conduzidos por motoristas que, desconhecendo os hábitos da cidade, as vias preferenciais e os tipos de sinalização, são verdadeiros candidatos a provocarem acidentes;
– inexistência ou desuniformidade da sinalização viária.
– geometria inadequada em diversos pontos da malha viária principal, especialmente em cruzamentos mal-projetados.
– inexistência de rotas próprias para caminhões, fazendo com que estes, ao transitarem pelas áreas centrais das cidades, provoquem congestionamentos, acidentes e deterioração rápida do pavimento;
– soluções inadequadas de trânsito, como, por exemplo, a colocação de uma lombada ou de um semáforo em local impróprio, que ao invés de prevenir acidentes, acabam provocando-os.
A frequência e a gravidade dos problemas observados no trânsito das cidades do interior não permitem que as soluções sejam obtidas através de análises superficiais e isoladas, efetuadas por amadores ou meros curiosos. A presença de especialistas em trânsito e segurança viária é fundamental no trato dessas questões.

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