São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994
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Política cambial mexicana assusta as Bolsas

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As Bolsas brasileiras caíram e houve alta nas cotações do dólar comercial ontem. A explicação mais frequente entre os operadores era de que o movimento nos mercados domésticos refletia a decisão ontem do governo do México de ampliar a "banda" de flutuação do câmbio em 15%.
O índice Bovespa caiu 2,51%. e o dólar comercial teve alta de 0,59%.
Os operadores observaram que os investidores internacionais relacionaram os fatos ocorridos no México dentro do bloco de mercados emergentes, em que se situa o Brasil.
Dirigentes de instituições internacionais dizem, porém, que os investidores estrangeiros "digerem bem" as informações antes de tomarem decisões. Ontem, não houve vendas maciças de ações por parte de investidores estrangeiros.
A queda na Bolsa ontem pode ser melhor explicada por vendas de papéis por investidores internos que estavam carregados com ações da Telebrás, adquiridas no vencimento de opções na véspera.
Os problemas do México foram apenas mais uma desculpa para "detonarem" ordens de venda. Os investidores procuraram vender as ações da Telebrás também refletindo o anúncio de que haverá hoje leilão de sobras de subscrição de 1,3 bilhão de ações da Telebrás PN, ao preço mínimo de R$ 48,06 o lote de mil papéis. Isso significa que haverá mais papéis da Telebrás no mercado.
As ações da Telebrás estiveram na liderança ontem na baixa do índice Bovespa ontem. Os papéis Telebrás ON caíram 6,0%.
Ontem, a Bolsa paulista movimentou o volume expressivo de R$ 623 milhões, sendo que a participação do mercado de opções foi de R$ 336 milhões, por causa de operações de "box" (envolvendo opções de compra e de venda).
Houve aumento nas remessas internacionais e a cotação do dólar comercial para venda passou de R$ 0,848 no dia anterior para R$ 0,853 ontem. O dólar no paralelo subiu de R$ 0,865 para R$ 0,870 no mesmo período.
Segundo dados da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a colocação de ações junto ao público foi de US$ 2,3 bilhões de janeiro a novembro deste ano, contra US$ 630 milhões no mesmo período do ano anterior.
O Banco Central colocou ontem a totalidade das 5,5 milhões de BBCs de 35 dias com a taxa média de 4,35% ao mês, dentro da expectativa do mercado.

Curto prazo
A taxa média do over foi de 4,92% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 4,97% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,6306%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 26% e 48,40% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 182 dias: 19% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,24% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 60% e 70% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,81% ao ano.

Bolsas
São Paulo: queda de 2,51%, fechando com 47.990 pontos e volume financeiro de R$ 623 milhões. Rio: baixa de 2,0% (I-Senn), fechando com 20.687 pontos e volume financeiro de R$ 35,833 milhões.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.349,90 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.406,98 pontos.

Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,852 (compra) e R$ 0,853 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,846 (compra) e R$ 0,848 (venda). "Black": R$ 0,860 (compra) e R$ 0,870 (venda). "Black" cabo: R$ 0,855 (compra) e R$ 0,865 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 2,23%, fechando a R$ 10,55 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5600, contra US$ 1,5605 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5720 marco alemão, contra US$ 1,5736 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,19 ienes, contra 100,38 no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 381,80, contra US$ 379,20 no dia anterior.

No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro foi de 51.900 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,862; para janeiro a R$ 0,883; para fevereiro a R$ 0,897 e para março a R$ 0,904.
A expectativa de juros no mercado de DI era ontem de 3,75% para dezembro e de 3,25% para janeiro.

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