São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994
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Guardas da Casa Branca atiram em mendigo armado de uma faca

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um homem com uma faca na mão foi atingido ontem em frente à Casa Branca com dois tiros por policiais encarregados da vigilância na área externa da sede do governo e moradia oficial do presidente dos EUA.
É o sexto incidente neste ano envolvendo a segurança da Casa Branca, o terceiro com disparos de tiros. O Serviço Secreto disse que o presidente Bill Clinton, que trabalhava em seu escritório, não correu qualquer risco.
O homem, Marcelino Corniel, 33, de Los Angeles, Califórnia, costa oeste, é um mendigo que vem morando há meses no parque Lafayette, em frente à entrada norte (oficial) da Casa Branca.
O tiroteio aconteceu pouco antes das 9h (12h em Brasília), na calçada da avenida Pensilvânia, e provocou pânico entre pedestres e congestionamento de trânsito na área central de Washington.
Corniel, atingido no peito e na perna direita, foi levado para o hospital da Universidade George Washington. Passou por cirurgia que demorou sete horas e seu estado foi considerado "crítico" pelos médicos.
Os guardas da polícia de parques envolvidos no caso disseram ter ordenado várias vezes a Corniel que largasse sua faca e se entregasse. Corniel gritava frases desconexas e corria quando foi cercado por quatro policiais.
O Serviço Secreto afirmou que o presidente Clinton não era o alvo de Corniel. A mesma coisa foi dita em 29 de outubro, logo depois de Francisco Duran ter disparado 27 tiros contra a Casa Branca da mesma calçada .
Dias depois, Duran foi acusado de tentativa de assassinato contra o presidente dos EUA. Descobriu-se que ele tinha a intenção de matar Clinton, que ele julgara ver saindo do edifício, quando atirou.
Em 29 de outubro, Clinton estava na ala residencial da Casa Branca, vendo televisão. O homem que Duran achou ser Clinton era um turista com alguma semelhança física com o presidente.
No último dia 17, quatro tiros foram disparados contra a Casa Branca de madrugada, quando o presidente dormia. Uma bala foi achada dentro do prédio, na sala de jantares oficiais, que estava vazia naquele momento.
Não há suspeitos nesse incidente. O Serviço Secreto também levantou a hipótese de que Clinton não era o alvo das balas, disparadas, de acordo com a teoria, por pessoas que discutiam entre si.
Em 12 de setembro, quando o presidente estava na casa de hóspedes do governo dos EUA, no outro lado da rua, um avião monomotor caiu no jardim da Casa Branca e bateu contra o prédio, logo abaixo do quarto presidencial.
Até hoje não se constatou se Frank Corder, o piloto, que morreu na queda, tentava praticar um atentado contra Clinton, caiu ali por acidente ou procurava pousar na Casa Branca para obter fama.
Além desses problemas, houve um princípio de incêndio em junho e a detenção de um turista que invadiu uma área de acesso restrito neste mês.
Essa sucessão de eventos incomuns tem feito crescer a pressão para que trânsito de veículos e pedestres nas imediações da Casa Branca seja proibido e as visitas de turistas a algumas alas do edifíco suspensas. O presidente Clinton se opõe às duas propostas.

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