São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 1994
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Economia latino-americana cresce 3,7% no ano

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

O relatório da Cepal permite que se dê por encerrada de vez a chamada "década perdida" (os anos 80) para a economia latino-americana.
O crescimento em 1994 bateu em 3,7%, a segunda cifra mais alta em 14 anos, ou seja, desde 1980, o fim do mais recente período de expansão na região.
O relatório permite igualmente que se meça o estrago causado pelos anos perdidos: apesar do crescimento havido em 94 e no período 91/93 (3,2%), a renda per capita é ainda dois pontos percentuais inferior à de 1980.
O crescimento dos últimos anos não tem bastado para diminuir o desemprego. "A criação de emprego produtivo continuou sendo insuficiente na maior parte da região, já que os processos de reestruturação continuaram afetando a demanda de trabalho e a força de trabalho cresceu em ritmo acelerado", diz o relatório.
Mais: "Taxas de crescimento menores do que 4% não bastam na América Latina e no Caribe para tornar possíveis avanços significativos na batalha contra a pobreza".
No mais, no entanto, há um colar de boas notícias para a região:
Inflação - Continua a queda da média regional: 49% em 91, 22% em 92, 19% em 93 e 16% este ano. O Brasil está fora da média, porque sua inflação só caiu no segundo semestre de 94.
Exportações - Subiram 14% em relação a 93, graças a aumento nos preços de produtos primários não-combustíveis e no volume exportado. O déficit comercial aumentou para US$ 22,8 bilhões, mas é totalmente coberto pelo ingresso de capitais.
Capitais - O afluxo de recursos externos chegou, em 94, a US$ 57 bilhões, pouco menos do que os US$ 65 bilhões de 1993.
Nesse ponto, contudo, pode haver problemas. A OCDE prevê que os juros norte-americanos de curto prazo subam de 5,5% para 6,75%.
A elevação dos juros, nos EUA, a partir do início de 94, fez cair o afluxo de capitais externos.
(CR)

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