São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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De tarefas e atritos

DE TAREFAS E ATRITOS

Clóvis Rossi
SÃO PAULO – A julgar pelo vazamento dos primeiros nomes para o segundo escalão do governo FHC, o futuro ministro do Planejamento, José Serra, já começou a pôr em prática sua vocação para ocupar o máximo espaço possível.
Os economistas José Roberto Mendonça de Barros e Andrea Calabi, sondados pelo futuro ministro do Planejamento, são tidos como homens de confiança de Serra. Mendonça de Barros é apontado como futuro secretário de Política Econômica, subordinado não ao Planejamento, mas à Fazenda.
Essa característica inerente à personalidade do futuro ministro já foi suficientemente criticada, o que abre espaço para a outra versão, menos negativa. Ou seja, a de que Serra e a equipe da Fazenda trabalharão com dois tipos de tarefas diferentes, embora complementares.
À Fazenda caberá administrar o cotidiano da economia (moeda, câmbio, preços).
A Serra competirá conduzir a elaboração e negociação política das chamadas reformas estruturais, que permitam um equilíbrio fiscal definitivo (a reforma tributária, a da Previdência e o redesenho do pacto federativo).
"Sua função é passar a idéia de que as reformas estruturais serão feitas", avalia o deputado federal eleito Antônio Kandir (PSDB-SP).
Se é assim mesmo, a hipótese de atritos com a equipe da Fazenda diminui de tamanho, embora eles sejam mais ou menos inevitáveis quando se juntam em uma mesma equipe acadêmicos de grosso calibre.
Fecha o círculo da visão otimista uma avaliação lógica do deputado José Aníbal (SP), candidato a líder do PSDB: "Dificilmente o Fernando Henrique faria algo para se complicar ali na frente", diz ele a propósito da indicação de Serra.

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