São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 1994
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Preços sobem no México e geram especulação

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A desvalorização do peso mexicano realizada na terça-feira já está causando impacto nos preços de alguns produtos, principalmente dos eletrodomésticos e equipamentos de computação.
Os empresários se comprometeram a não aumentar os preços para não neutralizar as medidas de estabilização do programa antiinflacionário do governo. Porém há denúncias de aumentos.
O que faz surgir em alguns setores o temor de alta da inflação em 95. A estimativa é de encerrar este ano com inflação de 7%. A meta de 4% para 95 já está sendo vista com ceticismo pelo mercado.
Os motivos apontados são o encarecimento do dólar que terá reflexos diretos nos custos das empresas. Além disso, o salário mínimo deve subir 10% e os impostos sobre bens devem aumentar a partir de janeiro.
Outra das preocupações do mercado é que o impacto da desvalorização pode elevar drasticamente a dívida externa do país.
A especulação que se seguiu à depreciação do peso foi especialmente forte no norte do país e na fronteira com os Estados Unidos. Cidades norte-americanas que fazem fronteira com o México e que sempre aceitam pesos, se negaram a receber a moeda mexicana.
A Bolsa de Valores chegou a registrar queda de quase 12% pouco antes do meio dia. Quem sempre comprou dólares resolveu adquirir ações e papéis do governo aproveitando o preço baixo. À tarde a Bolsa estava com queda de 5%.
Os principais bônus do governo, os Certificados do Tesouro, aumentaram 2,25% para o prazo de 28 dias, a quarta maior alta do ano, feita pelo Banco Central.
Analistas financeiros de Wall Street viram com pessimismo o ajuste do câmbio, mas prevêem nova desvalorização em um mês.

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