São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 1994 |
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Argentina suspende título público em dólar
SÔNIA MOSSRI
Cavallo recomendou aos argentinos que não contratem novos empréstimos. Isso é uma indicação clara de que o Banco Central argentino poderá elevar as taxas de juros para evitar saída de ativos financeiros em peso para o dólar. "Vamos deixar de recorrer ao lançamento de bônus e ao endividamento enquanto permanecer esse choque externo. Vamos nos financiar com recursos próprios", afirmou Cavallo. Na noite de anteontem, Cavallo reuniu-se com o Conselho Nacional Econômico, uma espécie de CMN (Conselho Monetário Nacional) da Argentina. A grande surpresa foi a presença do presidente Carlos Menem. No esforço de tranquilizar o mercado sobre rumores de desvalorização da moeda argentina (um peso vale um dólar), Menem disse: "o governo não vai mudar em nada o modelo em marcha". Tanto Menem quanto Cavallo repetiram que não haverá desvalorização do peso argentino por causa da crise mexicana -a moeda argentina está congelada desde abril de 91. "Não haverá desvalorização. Vamos aprofundar medidas de austeridade. Não vamos governar para as eleições", afirmou o presidente, candidato à reeleição. Menem anunciou que vetará qualquer alteração feita pelo Congresso na proposta orçamentária de 95, enviada pelo Executivo, que implique em aumento de gastos adicionais. O projeto de lei orçamentário de 95 ainda está em tramitação no Legislativo. Cavallo observou que Menem lançará mão de "todas a prerrogativas constitucionais asseguradas ao Executivo" para promover um corte de US$ 1 bilhão no Orçamento do próximo ano. Ele afirma que está "tranquilo" em relação ao Brasil. "Espero o mesmo compromisso do Brasil em relação ao plano de estabilização". Segundo Cavallo, a equipe econômica não permitiria que alguma medida "abortasse o processo inicial de estabilização". Texto Anterior: Câmbio do real passa em teste, diz Bracher Próximo Texto: Bolsas sobem; taxas de juros ficam estáveis Índice |
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