São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994![]() |
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FHC veta farra de auxiliares no fim do ano
FERNANDO DE BARROS E SILVA
O exemplo de discrição será dado pelo próprio FHC. Ele resolveu passar o Natal e o Reveillon em sua casa de Brasília, cercado apenas por familiares. Nem os amigos devem ter acesso às festividades do presidente eleito. A maior preocupação de FHC é evitar o clima de fanfarra, eventuais excessos ou mesmo vexames, característicos e frequentes nas festas de fim de ano. Isso, segundo confidenciou o presidente eleito a assessores, poderia atrapalhar a cerimônia de transmissão do cargo e tirar o "glamour" da data histórica. É a primeira vez na história da República em que a posse de um presidente se realiza no primeiro dia do ano. O próprio FHC já fez comentários sobre a inadequação da data para cerimônias do tipo. Apesar de todas as recomendações, uma caravana com cerca de 200 amigos e colaboradores da campanha de FHC vai invadir Brasília já no fim do ano. Coordenada por Maria Helena Gregori, uma das mais íntimas amigas do casal FHC e Ruth Cardoso, a caravana dos amigos do presidente começa a chegar à capital da República no dia 30. No dia 31, devem estar todos em Brasília, acomodados em três hotéis. No grupo estão muitos intelectuais, alguns artistas, velhos amigos, amigos de ocasião e colaboradores da campanha eleitoral. Entre os artistas, já foram convidados Regina Duarte, Ney Latorraca e o casal Eva Vilma e Carlos Zara. Embora tenham apoiado FHC publicamente, ainda não confirmaram a presença. Entre os amigos pessoais do presidente eleito, já estão com a passagem na mão o filósofo José Arthur Giannotti, o historiador Boris Fausto, o cientista político Bolívar Lamounier, o advogado Miguel Reale Jr., o ex-diretor do Masp Fábio Magalhães e o ex-minsitro do governo Collor Celso Lafer. Todos devem festejar a passagem do ano de forma discreta. A maior comemoração acontece no hotel Kubistchek Plaza, onde ficarão hospedados os intelectuais mais próximos de FHC. Para definir o espírito que move o grupo, Maria Helena Gregori evita até mesmo usar a palavra "Reveillon", que, segundo ela, é muito festiva para a ocasião. "Não é Reveillon, é só passagem de ano", explica a idealizadora da caravana, sintonizada com a discreção solicitada por FHC. Quando fala da posse, no entanto, o discurso de Maria Helena muda. "Será a apoteose. O Fernando encarna tudo aquilo por que lutamos e esperamos. É muito importante para nossa geração", comenta com euforia incontida. Texto Anterior: O efeito Gutenberg Próximo Texto: Tratamento confunde assessores Índice |
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