São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994![]() |
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Tratamento confunde assessores
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
FHC sempre adotou um comportamento informal com seus assessores, especialmente com aqueles que o acompanham desde a primeira candidatura ao Senado, em 1978. A informalidade, assim, ficou autorizada para todos. Raríssimos assessores o chamavam de "senador", "ministro" ou "senhor". Entre os mais próximos, só Eduardo Jorge, mais afeito aos protocolos do Senado, se dirigia a FHC por "senhor" e sempre chamando-o pelo cargo. O resto era "Fernando" e "você". Mas é claro que não se pode chamar assim o presidente da República. Só que é difícil mudar o costume. A confusão é frequente neste dias. Quando o presidente eleito entra na sala dos assessores, alguns se levantam respeitosamente, outros nem desviam o olhar do seu trabalho. Nas conversas, o pessoal começa com "senhor presidente", mas logo se esquece e deixa escapar um "Fernando, você...". Para muitos, a fórmula "senhor presidente" ainda parece falsa. Foi também por isso, para quebrar essa informalidade desorganizadora, que o presidente se impôs reserva e isolamento. No seu gabinete no Palácio do Alvorada, fica apenas um assessor, o secretário particular, Francisco Graziano. Os demais ficam ou num prédio do Banco do Brasil ou na sede do PSDB. E nenhum assessor pode ir ao Alvorada sem ter sido expressamente chamado por Graziano. É uma situação bem diferente do gabinete do Senado, onde entrava todo mundo, inclusive jornalistas. O novo protocolo causou alguns ressentimentos e ciúmes. Mas aos poucos o pessoal compreendeu que a referência do presidente é um país de 150 milhões de habitantes e produção superior a US$ 500 bilhões, e não a panelinha dos assessores mais próximos. Texto Anterior: FHC veta farra de auxiliares no fim do ano Próximo Texto: Cresce o otimismo entre os brasileiros Índice |
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