São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994
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Novo governo se opõe à 'oligarquia esportiva'

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi provavelmente no esporte que Fernando Henrique Cardoso fez sua opção mais clara entre grupos de influência.
Desde a época da campanha eleitoral FHC já sinalizava por quem tinha ou não simpatia.
Num almoço de apoio com esportistas, realizado em setembro em São Paulo, FHC se recusou a sentar-se próximo aos presidentes da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, e da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah.
Em seu discurso, FHC disse que estava na hora de os dirigentes esportivos se profissionalizarem e mostrarem a mesma competência dos atletas.
"O presidente eleito optou pelo grupo ideológico que fez a Lei Zico e introduziu modificações na estrutura do esporte", disse Márcio Braga, secretário de Desporto do governo Itamar até agosto.
Além de Pelé, os principais conselheiros do presidente eleito para questões de esporte são o jornalista Juca Kfouri, o senador tucano Arthur da Távola (RJ) e o futuro ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
Essa opção, porém, deverá indispor o presidente com os principais dirigentes esportivos do país –apelidados por FHC de "oligarquias esportivas".
As organizações que administram os esportes, como a CBF ou a CBV (vôlei), são entidades de direito privado e não dependem diretamente do Estado.
Assim, a capacidade de intervenção estatal é limitada.
O principal trunfo do governo é a fiscalização através da Receita Federal, para apurar possíveis irregularidades nessas entidades.
"A CBF não é uma questão de política, mas de polícia", disse Kfouri.
(HuSa)

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