São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994
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Pesca nas ilhas segue modelo auto-sustentável

HELIO GUROVITZ
DA REPORTAGEM LOCAL

As ilhas Chatham podem ser consideradas um modelo do "ecologicamente correto".
Foi adotado nas Chatham um modelo de desenvolvimento auto-sustentável para a pesca do lagostim (seu maior produto de exportação) e de um peixe nativo chamado paua.
Entre 1965 e 1968, houve um boom na exploração de lagostim. Oito fábricas foram construídas para processar a pesca. Em 1968, foram exportadas 6.000 toneladas do produto.
No final da década de 80, cerca de 350 barcos, pertencentes a 15 grandes companhias, chegaram a pescar nas ilhas.
"Percebemos então que seria melhor se a gerência de nossos recursos ficasse a nosso cargo", afirma o prefeito das ilhas, Patrick Smith.
A quantidade de lagostim a ser pescada anualmente foi então reduzida a 400 toneladas. "Desse modo, sobrará no futuro para nossos filhos e netos".
Para o paua, também foram adotados limites compatíveis. Há hoje cerca de 60 barcos de pesca e cinco fábricas de processamento de peixes.
Outra riqueza ecológica das ilhas é sua variedade de aves. Há 18 espécies exclusivas do arquipélago. Um dos pássaros mais raros do mundo, o pombo-parea, é nativo das Chatham.
Também para as aves o arquipélago adota estratégias preservacionistas. A weka, por exemplo, espécie de ave neozelandesa que não voa, escapou da extinção graças a sua transferência para as Chatham.
"A weka veio da Nova Zelândia e foi restabelecida na Nova Zelândia a partir das ilhas", diz o prefeito. Hoje, a caça a wekas é proibida na Nova Zelândia, mas permitida, dentro de certas normas, nas ilhas Chatham.
Para a maioria das espécies nativas de aves, porém, a caça é totalmente proibida.
Além de aves e peixes, a criação de gado bovino e ovino ocupa papel importante na economia insular. Fosfato e manganês são os destaques nas reservas minerais.
Mas as Chatham não captam nenhum imposto próprio sobre os US$ 8 milhões que chegam a movimentar. Não são sequer consideradas território dependente da Nova Zelândia. Só são parte do país.
"Agora estamos tentando conseguir um status que nos dará uma autoridade territorial para usar e conservar nossos recursos", afirma o prefeito.(HGz)

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