São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994
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MUITO BARULHO POR NADA

Lula já começou 94 em cima dos palanques. Em maio, quando tinha 42% contra 16% de FHC, o ex-presidente Sarney chegou a prever: "Não existe no mundo força humana capaz de impedi-lo de ganhar essas eleições". Veio o real, Lula foi contra e terminou com 21%
Meu nome é nóia!
A linha bandalho-paranóica, em defesa de uma "cruzada moral" e "autoridade", rendeu a Enéas Carneiro (Prona) 4,6 milhões de votos, ou 6% do eleitorado que compareceu às urnas nas eleições de 3 de outubro. Descobriu-se, porém, que ele faltou ao trabalho no Hospital do Câncer, no Rio, por nove anos seguidos. Contratado para dar quatro plantões mensais de 20 horas, ele pagava outros médicos para trabalhar em seu lugar. Nem os mais antigos funcionários da cardiologia se lembram de ter visto por lá o campeão da "orrrdem".
Fiasco Orestes
Orestes Quércia fez de tudo. Acuado por denúncias de irregularidades, ele retirou-se da chefia do PMDB, sonhando com uma volta triunfal que o levaria numa escalada à Presidência da República. Voltou, derrotou seus rivais na convenção, mas só conseguiu se expor ao maior vexame eleitoral de sua antes vitoriosa carreira. Rejeitado pela população, o ex-governador de São Paulo perdeu a cabeça, perdeu para Enéas e perdeu a fama de bom de urna. Teve menos votos (2.772.235) do que Ulysses Guimarães (3.204.932) em 89.
Entre dois fogos
O espaço político do ex-governador Leonel Brizola foi aniquilado pela consolidação do PT como representante exclusivo da esquerda. Brizola ainda levou a fama pelo vácuo de autoridade que resultou no apelo às Forças Armadas para combater o crime no Rio. Teve pouco mais de 2 milhões de votos, contra 11,6 milhões em 89. Caetano Veloso se apiedou: "Acho intolerável que esse Enéas possa ter mais votos que ele".
Careca de votos
O prefeito Paulo Maluf, de São Paulo, foi quem mais faturou na campanha do ex-governador catarinense Esperidião Amin para presidente da República. O candidato do PPR teve uma votação pífia, correspondente a apenas 2,23% dos que compareceram para votar. Maluf aparece assim como o único candidato do partido em condições de disputar com chances de vencer numa eleição majoritária para o Palácio do Planalto.

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