São Paulo, quarta-feira, 28 de dezembro de 1994 |
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Terroristas planejavam um ataque kamikaze
ANDRÉ FONTENELLE
Eles espalharam, além disso, bananas de dinamite no interior do aparelho. Não tiveram tempo de utilizá-las. O ministro do Interior francês, Charles Pasqua, disse que fora informado do plano suicida bem antes da operação que pôs fim ao sequestro, anteontem. Ele afirmou que o consulado francês em Orã (Argélia) recebera um telefonema anônimo dando conta desses objetivos. Vários reféns afirmaram ter ouvido os sequestradores discutindo o plano. A quantidade de combustível exigida (27 toneladas, muito além do necessário para ir a Paris), seria uma prova do plano kamikaze. Pasqua acrescentou que os quatro sequestradores mortos estão sendo identificados por meio de impressões digitais. Os policiais do GIGN (Grupo de Intervenção da Polícia Nacional), que resgataram os reféns e mataram os sequestradores, foram recebidos como heróis em Paris. Eles foram ao Palácio do Eliseu, onde o presidente François Mitterrand saudou a coragem dos policiais. O sucesso do resgate também foi uma vitória pessoal para o premiê Edouard Balladur, o que não é pouco a quatro meses da eleição presidencial. A operação foi a mais arriscada da história dos sequestros de aviões, devido ao elevado número de reféns (170). O sequestro do Airbus durou 54 horas. Começou na manhã de sábado, no aeroporto de Argel, quando quatro terroristas se apoderaram do avião. Eles mataram três passageiros, entre eles um francês. O governo argelino autorizou, então, que o aparelho decolasse para Marselha. No final da tarde de anteontem, o GIGN entrou em ação. Na operação, 13 passageiros, três tripulantes e nove policiais ficaram feridos. Morreram apenas os quatro terroristas. (AFt) Texto Anterior: Padres são assassinados a tiros na Argélia Próximo Texto: Franceses fogem do país com medo de atentados Índice |
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