São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994 |
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Comissão apura tráfico no Emílio Ribas
AURELIANO BIANCARELLI
Trabalha-se com a hipótese de que alguns funcionários agiriam dentro do hospital em conjunto com um grupo de fora. Sabotagens, desvio de material e até o roubo do pára-raios do hospital estão sendo investigados (leia texto na página). O diretor substituto do Emílio Ribas, Décio Rogério Nitrini, 50, disse que "não desmente" nem "confirma" a existência de tráfico de drogas dentro do hospital. Ele disse que o "perfil do doente de Aids está mudando". Dos 105 internados hoje com a doença, pelo menos um terço é ou foi usuário de drogas. "Então é possível que o consumo ocorra". Nitrini lembrou que o hospital não revista os visitantes, não pede antecedentes aos doentes e não trata de dependência. "Os que chegam aqui dependentes de droga, continuam dependentes. Somos infectologistas. Nossa função é cuidar do paciente, não coibir um suposto tráfico de drogas. O Emílio Ribas é o principal centro de infectologia do país. E é assim que deve ser visto pelos pacientes", afirmou. Um funcionário que pediu para não ser identificado disse que a entrada de droga no hospital se dá como nos presídios, através das visitas. Domingos Delpoio Neto, presidente da Associação dos Funcionários do Emílio Ribas, afirmou que "está ocorrendo nos hospitais públicos um aumento da corrupção em função dos baixos salários". Delpoio disse que nunca soube de pacientes que utilizassem drogas no hospital. Texto Anterior: Leitor demora para conseguir licença de celular Próximo Texto: Hospital descobre sabotagem Índice |
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