São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Juros seguram cotação do peso

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Banco do México (banco central) decretou um aumento de quase 100% nas taxas de juros dos Cetes (Certificados do Tesouro) para evitar as pressões sobre o câmbio e tentar reter os investimentos estrangeiros. Os títulos rendiam entre 16% e 17%.
Além disso, elevou em cerca de 2% o rendimento dos Tesobonus (Bônus do Tesouro, correspondentes a investimentos nominais em dólares), que ficou em torno de 10%.
Com a elevação das taxas de juros ontem o governo conseguiu segurar uma queda maior do peso mexicano em relação ao dólar. A moeda foi cotada, em média, a 5,60 pesos para venda, atingindo durante o dia, os 6 pesos nas principais casas de câmbio.
Analistas financeiros afirmam que as medidas do Banco do México cancelam praticamente o crescimento econômico e a puxam para cima a inflação em 95.
Segundo eles, a decisão de aumentar os rendimentos dos Cetes a 31% –para os prazos de 28 e 91 dias– é uma forma de buscar um nível adequado de estabilidade para o peso, que já sofreu uma desvalorização superior a 60% desde o último dia 19 de dezembro.
As pressões cambiais são exercidas principalmente pelos bancos nacionais que têm grandes compromissos em dólar.
Analistas afirmam que o aumento do juro vai repercutir no crédito das empresas, na alta dos juros e dos passivos em moeda nacional. A consequência é a alta da inflação.
Eles consideram que para os juros voltarem aos patamares anteriores (16%), será necessário pelo menos um ano, se houver estabilidade imediata.
No primeiro trimestre de 95, o governo mexicano terá que fazer frente ao vencimento de Tesobonus (vendidos a investidores externos) de US$ 10,4 bilhões. Para tanto, deverá buscar alongar os prazos de amortização, já que suas reservas atingem US$ 6,5 bilhões.

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