São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 1994
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Rússia avança na capital tchetchena

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Exército russo começou ontem uma ofensiva contra Grozni, capital da Tchetchênia. Um correspondente da rede de TV russa NTV disse que o início da operação matou 130 pessoas.
A Tchetchênia se declarou independente da Federação Russa em 1991. Nenhum país reconheceu a independência.
No dia 11 de dezembro o presidente russo Boris Ieltsin decidiu enviar tropas para forçar a queda do líder separatista Djokhar Dudaiev.
"O Exército russo está tentando tomar de assalto a capital tchetchena hoje", disse Movladi Udugov, chefe do serviço de informações da Tchetchênia. Segundo Udugov, Grozni estava sendo alvo de artilharia de todas as direções. Os tanques russos estariam tentando romper as linhas de defesa tchetchenas.
As tropas russas começaram a avançar sobre três pontos de Grozni. No subúrbio de Khankala, a leste de Grozni, os russos lutam pelo controle de um aeroporto militar.
Em Karpinski, a oeste da cidade, o objetivo parece ser uma colina a 5 km do centro da capital da qual se avista a cidade toda. A terceira frente é em Kirov, a noroeste da capital.
O Exército russo avança com o auxílio de aviões, helicópteros, tanques e artilharia.
Os tchetchenos resistem em grupos de 12 homens atuando como guerrilheiros. As armas mais poderosas que têm são lança-granadas antitanque.
Antes do iniciar o avanço por terra, a Força Aérea russa havia bombardeado Grozni, apesar do anúncio de Ieltsin de que não haveria mais bombardeios na capital para evitar vítimas civis.
O bombardeio, realizado ao amanhecer, atingiu um orfanato. Ninguém se feriu. As 41 crianças e três adultos que vivem no orfanato estavam dormindo no sótão por medida de segurança.
Moscou disse que as tropas russas tomaram o aeroporto de Khankala mas negou os ataques aéreos assim como negou que esteja em curso uma invasão de Grozni.
O chanceler russo Andrei Kozirev disse que a Rússia vai usar "tanta força quanto for necessário para resolver esta questão".
Kozirev disse que, apesar disso, Ieltsin mantém "aberta a porta para a solução política, para conversações".
O encarregado de política externa da Tchetchênia, Shamseddin Yusef, pediu ontem conversações com a Rússia em bases igualitárias. Yusef voltou a afirmar que a Tchetchênia se considera independente da Rússia.
O Conselho de Segurança da Rússia divulgou ontem seus planos para a Tchetchênia depois que Dudaiev for derrubado.
Segundo o secretário do Conselho, Oleg Lobov, a Tchetchênia será governada por uma junta provisória a cargo de vice-premiê da Rússia Nikolai Iegorov.

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