São Paulo, terça-feira, 1 de fevereiro de 1994
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Candidatura de Maluf depende do PFL

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf (PPR) raciocina que enfrenta dificuldade para consolidar sua candidatura presidencial, mas ainda acredita que pode tornar-se o pólo aglutinador dos que rejeitam a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. A tarefa prioritária de Maluf agora é tentar o apoio do PFL. Por isso, a insistência em elogiar o governador Antônio Carlos Magalhães (BA), dono dos votos pefelistas.
Em palestra a investidores estrangeiros, ontem em São Paulo, Mafuf disse que só sairá candidato se tiver 70% de chances de chegar ao segundo turno e descartou a possibilidade de disputar o governo paulista. "O candidato de uma aliança entre PPR, PFL, PP, PTB e PL, se chegarmos a um acordo, deve sair em março", afirmou.
Maluf recebeu recados que os possíveis interlocutores dos partidos que quer em uma aliança estavam encarando com desconfiança a sua movimentação para criar um "fato consumado" com sua candidatura. O PFL, principalmente, não aceita sentar-se à mesa para discutir uma coligação que esteja definida a priori com o nome do prefeito paulistano a encabeçá-la.
Ainda nesta semana, Maluf deve encontrar-se com o governador baiano no Rio, na cerimônia de casamento de um filho do embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima. "O governador Antônio Carlos seria um grande nome para disputar a Presidência, mas não se deve discutir coligação com nosmes já determinados", declarou Maluf.
Na estratégia de pôr seu nome em discussão junto com ACM e outros, Maluf joga com um dado que deve pesar na definição de um eventual candidato dos partidos "conservadores": é o único, entre os nomes citados naquele campo, que entra na negociação com um percentual razoável nas pesquisas de intenção de voto (entre 12% e 15%). A partir dessa constatação, avalia a cúpula malufista, será difícil "inventar" outro nome.
O malufismo acredita que os próximos dias definirão a chance de consolidação da candidatura. Por isso, acompanha com preocupação a articulação que tenta levar ACM para uma aliança com o chamado "PMDB ético". O Prefeito tem sido aconselhado a desistir da candidatura presidencial caso não obtenha o apoio do PFL, que tem votos no Nordeste, o ponto frágil de Maluf até agora.
Em Salvador, ACM disse que não pretende disputar a sucessão do presidente Itamar Franco, mas elogiou a iniciativa de propor uma coligação entre PPR, PFL, PL, PTB e PL. "Não sou favorável à minha candidatura, mas apóio todas as pessoas que querem dar uma contribuição. O Maluf está dando uma contribuição muito importante".
Na palestra com investidores estrangeiros, Maluf disse que acredita que Lula enfrentará Leonel Brizola (PDT), um candidato da coligação que está articulando, um do PMDB e outro do PSDB.

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