São Paulo, terça-feira, 1 de fevereiro de 1994
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Itália manda prender banqueiro

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Magistrados de Milão ordenaram ontem a prisão de quatro diretores do maior banco da Itália, a Cassa di Risparmio delle Provincie Lombarde (Cariplo, ou Caixa de Poupança das Províncias Lombardas), sob as acusaççoes de corrupção fraude. O presidente da Cariplo, Roberto Mazzotta, 53, não foi preso por estar em viagem de negócios a Londres.
Foram presos o vice-presidente Carlo Polli, 66, seu assistente imediato e o diretor do departamento de fundos de pensão. Polli, que já foi senador pelo Partido Socialista, foi levado à prisão de San Vittore, em Milão, onde nos últimos dois anos estiveram detidos vários dos empresários e políticos implicados no escândalo de corrupção investigado pela Operação Mãos Limpas.
Os diretores da Cariplo são acusados de ter manipulado o mercado imobiliário de forma fraudulenta, entre 1985 e 1992, de modo a desviar 5 bilhões de liras (US$ 2,9 milhões) para o pagamento de propinas a políticos da Democracia Cristã e do Partido Socialista.
Mazzotta, principal banqueiro acusado até agora nos escândalos de corrupção, foi durante 15 anos deputado pela Democracia Cristã. Chegou a ser ministro de Assuntos Regionais da Itália. A Cariplo é o maior banco do país em volume de depósitos, com US$ 60 bilhões.
Em Catania (Sicília), o candidato do Movimento Social Italiano (MSI, neofascista, que domingo mudou seu nome para Aliança Nacional) ao governo provincial, Nello Musumeci, foi o primeiro colocado no primeiro turno das eleições, com 24,4% dos votos. Ele enfrentará no segundo turno Stelio Mangiameli, do reformista Pacto pela Itália, que obteve 19,6% dos votos. Duas coalizões de esquerda (que venceram as eleições para prefeito ne mesma região, no ano passado) foram derrotadas no pleito provincial de domingo.
A Liga Norte (federalista) e o grupo "Forza Italia", do empresário de comunicações Silvio Berlusconi, chegaram a um acordo para a formação de uma frente antiesquerdista para disputar as eleições parlamentares de 27 de março.
Segundo a "France Presse", a frente conservadora, batizada como "Pólo da Liberdade", conta com numerosos ex-integrantes da Democracia Cristã e agora vai tentar incluir também a AN (ex-MSI). Gianfranco Fini, líder dos neofascistas, afirmou que pode chegar a um acordo eleitoral com a frente.
Em Viena (Áustria), o primeiro-ministro Carlo Azeglio Ciampi anunciou que não disputará as eleições parlamentares.

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