São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994
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Policial é preso ao tentar assaltar casa

DA REPORTAGEM LOCAL

O soldado da PM Nelson Pera, 26, foi preso ontem, às 8h30, após um tiroteio com outros policiais militares. Ele e outro homem teriam tentado roubar a casa de um comerciante e também foram acusados de tentar matar os policiais que os perseguiram. O crime aconteceu na rua Ibérico, a cerca de 20 metros da Academia da Polícia Militar do Barro Branco (zona norte de São Paulo).
Segundo o delegado Antônio De Olim, 35, do 20º DP, Pera e um outro homem entraram, por volta das 8h15, na casa do comerciante Serafim Gonzales Fernandes, 69. Quando estavam se preparando para subir na sacada da residência, foram vistos pela mulher do comerciante, Eva, 60. Ela avisou o marido que, da janela de sua casa, fez sinais para um vizinho que passava na rua.
"Estava voltando da padaria, quando vi o sinal. Entrei em casa e telefonei para a polícia", disse o economista Álvaro Lustosa Brandão, 47. Após cinco minutos, quatro carros com cerca de dez PMs cercaram a casa do comerciante. Os dois assaltantes estavam na sacada da residência e houve tiroteio.
Os ladrões fugiram. Ao pularem no quintal da casa do comerciante Afonso Celso Campos Castro Junior, 31, foram atacados por um Husky Siberiano. Eles mataram o cão do comerciante a tiros e pularam outro muro, entrando em uma chácara. Os policiais cercaram a chácara e encontraram o soldado escondido. Pera jogou seus dois revólveres calibre 38 no chão e se rendeu. Ninguém ficou ferido.
O outro assaltante escapou. Três horas depois, policiais da portaria da academia do Barro Branco viram um homem pular o muro da chácara e tentar pegar um ônibus. Eles prenderam Marcos Fundador Martinelli, 22, sob a suspeita de ele ter participado do roubo. Martinelli não foi reconhecido por nenhuma testemunha. Só o soldado preso o acusou. "Ele pode estar mentindo para proteger seu companheiro", disse o delegado.
O soldado trabalhava no 15º Batalhão e estava na PM havia cinco anos. Ele foi preso em flagrante no CPA-M3 (Comando de Policiamento da Área Metropolitana-3). "Ele cometeu um crime militar, pois uma das armas usadas por ele no assalto é um revólver da PM", disse o major Armando Seisho Higas, 45. O soldado foi levado, em seguida, para o presídio militar Romão Gomes (zona norte).

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