São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994
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Indústrias de suco têm nova associação

Abecitrus pode passar a reunir todas as fábricas

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de nove anos de divisão, as indústrias de suco de laranja planejam se unir em uma única associação. Com a fusão das três entidades, Abrassucos (Associação Brasileira da Indústria de Sucos Cítricos) e a Anic (Associação Nacional da Indústria Cítrica) podem desaparecer.
O segmento formado por 13 indústrias, passa a ter um único porta-voz a Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos), associação criada pelo grupo Cutrale em 88, a partir de racha dentro da Abrassucos.
O setor que gerou receita de exportação de US$ 910 milhões em 93 (suco e subprodutos), 22% menor do que a de 92, quer se fortalecer.
Reduzir as tarifas e sobretaxas que fazem o suco perder competitividade no mercado externo é uma briga antiga. Ela se torna prioritária diante da queda dos preços do produto no mercado internacional. Na Europa a tarifa é de 19% sobre o valor do suco, incluindo despesas de custo, seguro e frete; na Coréia é de 50% e na China chega a 70%.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o produto brasileiro é taxado em US$ 492 por tonelada. Isso representa mais da metade do preço de mercado que hoje é de US$ 795 por toneladas, sem contar as despesas com transporte, seguro e frete. Em fevereiro de 93, as cotações do produto no mercado internacional bateram o fundo poço: US$ 245 por tonelada. A mesma toneladas de produto chegou a ser cotada em março de 91 a US$ 2.025, em razão forte geada que atingiu os pomares da Flórida, nos Estados Unidos, no Natal de 90. A Flórida é a principal regiãoprodutora de laranja para suco.
Além da redução das tarifas, a nova associação que está sendo negociada entre as empresas pretende priorizar outras questões que afetam o setor. São elas a modernização dos portos, os impostos internos que recaem sobre o produto semi-elaborado e encarecem o preço final, além da entrada do suco na zona de livre comércio prevista no acordo do Nafta (México, Estados Unidos e Canadá).
"Para o produtor de laranja nada muda com a nova associação das indústria", diz Roberto Paulino, 47, presidente da Aciesp (Associação dos Citricultores do Estado de São Paulo). Segundo ele, as indústrias já atuavam como um único bloco na negociaçào dos contratos de venda da laranja que são balizados pelas cotações do suco na Bolsa de Nova York desde 86.
Na safra passada, os citricultores receberam a remuneração mais baixa da história. A indústria pagou pela caixa de 40,8 quilos US$ 0,34. Esse valor foi iinsuficiente para cobrir o custo de produção da caixa que gira em torno de US$ 1,80. Para a safra em curso, a perspectiva é de US$ 1,30.

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