São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994
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Bolsas disparam; volume bate recorde

DA REDAÇÃO

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em alta de 11,6%, a maior desde o dia 28 de dezembro de 92, véspera da renúncia do ex-presidente Collor. O volume financeiro na Bovespa foi recorde histórico em dias sem vencimento de opções e operações de box com ações. Atingiu US$ 420 milhões. Em dólar, o Índice Bovespa atingiu US$ 177, superando o nível máximo conseguido durante o Plano Cruzado. No Rio, o I-Senn não ficou atrás. Fechou com valorização de 10,4%.
O mercado de ações vive momentos de plena euforia. A maior alta do Índice Bovespa ontem foi Telesp PN, com valorização de 34,2% em apenas um dia. Foi seguida por Usiminas PN (27,5%), Paraibuna PN (26,6%) e Telesp ON (21,4%). Das 52 ações que compõem o Índice Bovespa, apenas três fecharam em baixa.
Os analistas discorrem sobre uma série de fatores conjuntos que estão levando as Bolsas a este movimento explosivo. A entrada de capital estrangeiro está dando consistência às altas e tem como atrativos: 1) perspectiva de implantação da URV em março, dando sequência ao plano de estabilização da economia; 2) expectativa de equilíbrio das contas do governo; 3) expectativa de acordo da dívida com bancos credores nos próximos meses; 4) solidificação da democracia no país com o impeachment de Collor e a CPI do Orçamento; 5) crescimento do PIB em 93; 6) capitalização do setor privado; 7) preços atraentes das ações e perspectivas de lucros gordos como já aconteceu na Argentina, Chile e México.
Mas se as ações subiram, o mesmo aconteceu com os juros. No leilão de Bônus do Banco Central de ontem foram vendidos apenas os títulos de 28 dias, com taxa/over de 58,88%, acima do que o mercado esperava na véspera, de 58,45%. Os juros dos CDBs também registraram elevação, como já havia acontecido na segunda-feira com as Notas do Tesouro Nacional (NTNs) indexadas ao câmbio.
O mercado começa a acreditar que, se a inflação não sobe em fevereiro, ela poderá mostrar aceleração mais rápida em março.
No mercado de dólar comercial, a taxa de câmbio iniciou fevereiro projetando 40,20% no mês. (Mario Rocha)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,702% no dia 28, projetando um rendimento para o mês de 39,61%. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 60,18% e 60,25% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 45,0114%. CDBs prefixados negociados ontem: de 9.370% a 9.520% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 15,0% a 20,7% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (""hot money") contratados ontem: de 60,25% a 61% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 9.500% a 9.590% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 6%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 11,6%, fechando com 82.686 pontos e volume financeiro de CR$ 196,39 bilhões, contra CR$ 101,91 bilhões do dia anterior. Rio: alta de 10,4% (I-Senn), fechando com 31.004 pontos e volume financeiro de CR$ 31 bilhões, contra CR$ 11,10 bilhões do dia anterior.
Bolsas no exterior
Londres: queda de 0,4 ponto, fechando a 2.676,4 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com alta de 187,22 pontos, fechando a 20.416,34 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 467,360 (compra) e CR$ 467,365 (venda). Na segunda-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 458,650 (compra) e CR$ 458,660 (venda). "Black": CR$ 445,00 (compra) e CR$ 453,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 452,00 (compra) e CR$ 455,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 427,00 (compra) e CR$ 443,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 2,71%, fechando a CR$ 5.695,00 o grama na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
No exterior
Segundo a ""UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5018. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,7273. Em Tóquio, o dólar fechou cotado a 108,20 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 384,10, contra US$ 381,60 na segunda-feira.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para fevereiro fechou em 44,52%, contra 43,25% do dia anterior. Para março, em 42,59%. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 86.388 pontos, projetando uma lucratividade de 58,74% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para fevereiro ficou em 38,83%. Para março, ficou em 43,49%.

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