São Paulo, quarta-feira, 2 de fevereiro de 1994
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FMI diz que resistirá às pressões para liberar empréstimos à Rússia

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

FMI diz que resistirá às pressões para liberar empréstimos à Rússia
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Michel Camdessus, disse ontem em Washington que o FMI não vai abrir mão das exigências que fez à Rússia antes de liberar empréstimo de US$ 1,5 bilhão prometido no ano passado. Camdessus previu dificuldades nas relações entre o fundo e Moscou devido a recentes declarações de autoridades russas sobre o FMI.
Camdessus rejeitou críticas publicadas com frequência nas últimas semanas nos EUA de que o FMI tem sido duro demais com a Rússia e isso pode ter contribuído para os recentes ganhos eleitorais dos ultranacionalistas. Segundo ele, as exigências de controle da inflação e redução do déficit público são pré-condições para o sucesso das reformas econômicas.
As declarações de Camdessus foram feitas no dia do 63º aniversário do presidente Boris Ieltsin e coincidiram com o início das negociações de técnicos do fundo com a nova equipe econômica do governo russo. Ieltsin nomeou também ontem as oito pessoas que vão formar o novo Conselho de Segurança da Rússia.
O FMI já emprestou US$ 1,5 bilhão à Rússia. Mas outro empréstimo de igual valor só vai ser liberado quando determinadas metas monetárias e orçamentárias forem atingidas pelo governo russo. Para a inflação, a exigência do fundo era de que ela ficasse em 8% mensais no último trimestre de 1993. Mas a taxa foi de 16% ao mês naquele período e de 18% em janeiro. Camdessus diz não fazer restrições a empréstimos dos EUA ou de outros países.

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