São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994 |
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Time quer melhorar a imagem dos colombianos
ANDRÉ FONTENELLE
Paradoxalmente, o progresso do futebol colombiano nos últimos anos se deu sob a permanente suspeita de que clubes eram financiados por barões da droga. O Atlético Nacional, de Medellín, teria sido controlado pelo chefe do cartel da cidade, Pablo Escobar, morto no final do ano passado. O dinheiro de Escobar teria montado o esquadrão do Nacional que, Maturana à frente, conquistou a Taça Libertadores em 89. Na Libertadores do ano seguinte, o jogo Nacional 2 x 0 Vasco foi anulado: o juiz uruguaio Juan Cardellino fora sequestrado antes do jogo e ameaçado de morte se não favorecesse os colombianos. O dinheiro do tráfico, no entanto, não bastaria para explicar o sucesso atual do futebol da Colômbia, que não ocorreu de uma hora para outra. Em 85, o América de Cali iniciou uma série de três vice-campeonatos sucessivos na Libertadores. Só em 89 o Nacional deu enfim aos colombianos seu primeiro título sul-americano. Nos últimos dez anos, Colômbia e Argentina são os países que mais disputaram finais de Libertadores –cinco. A evolução da Colômbia também deve muito ao próprio Maturana. Dentista, professor universitário e apaixonado por futebol, ele assumiu o comando da seleção em 1987 e lhe deu o futebol ofensivo que permitiu a explosão de astros como Asprilla. Com Maturana, a Colômbia chegou às oitavas-de-final da Copa do Mundo de 90 e garantiu a vaga para o Mundial de 94 com uma goleada de 5 a 0 sobre a Argentina. Mas a Colômbia tem diante de si o grande desafio de se firmar como potência do futebol mundial. Sem tradição em Copas –antes de 90, seu melhor resultado fora um extravagante empate em 4 a 4 com a URSS no Mundial de 62, no Chile–, os colombianos têm que provar que seu êxito não é passageiro. (André Fontenelle) Texto Anterior: Técnico da Colômbia é defensor do espetáculo Próximo Texto: Trappatoni pode ir para a Inter Índice |
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