São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994
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Debatedores ressaltam atualidade do filme

DA REPORTAGEM LOCAL

A pré-estréia de "Capitalismo Selvagem", dirigido por André Klotzel, reuniu cerca de 400 pessoas anteontem na Sala Cinemateca em São Paulo. Depois da exibição, promovida pela Folha, foi realizado um debate com o diretor do filme, o líder indígena Marcos Terena, o empresário Emerson Kapaz, o telenovelista Walter Negrão e os atores José Mayer e Marisa Orth. O debate, que durou 45 minutos, foi mediado pelo cineasta Arnaldo Jabor, articulista da Folha.
Jabor começou a discussão dizendo que, em uma exibição anterior, não tinha percebido a "cola", a ligação da obra, e a riqueza da "ambivalência" contida em várias cenas. Jabor acha o filme uma "grande homenagem ao Brasil". Kapaz ressaltou que a obra mostra uma "visão que existe no Brasil sobre o papel do empresário" e põe em "questão o modelo de capitalismo".
Terena –que foi aplaudido, ao brincar que um debate às 23h30 parecia "programa de índio"– comentou que havia uma mistura de nações indígenas no filme: kraôs, xavantes, carajás, mas que ele, um terena, é que estava lá. Klotzel respondeu que a "confusão" tinha sido proposital, pois o que se buscava "era não se reportar a um fato concreto".
Walter Negrão viu no filme "uma leitura da TV" contemporânea. Mayer ressaltou que o trabalho tinha a qualidade de ir contra a "unanimidade burra", que considera o cinema nacional muito ruim. Marisa Orth disse que achou o filme "completo, denso e instigante".

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