São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994
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Colônia mostra face solar da terra de Goethe

MARCELO LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Lorena Bobbit, a mulher que castrou o marido nos EUA e ainda foi absolvida por isso, bem que poderia ser eleita a musa do Carnaval em Colônia, na Alemanha). Afinal, na folia da mais alegre das cidades alemãs, frequentemente comparada com o Rio, mulheres saem armadas de tesouras e se divertem decepando um símbolo fálico –gravatas.
Na sisuda pátria de Kant e Goethe, é o máximo de ousadia que se permite em matéria de subversão das inúmeras regras e constrangimentos sociais, a essência do Carnaval. Talvez para (des)compensar o excesso de autocontrole no resto do ano, os alemães de Colônia e outras cidades à beira do rio Reno começam o Carnaval já na quinta-feira anterior. É a "Weiberfastnacht".
A festa de rua é aberta oficialmente na praça do velho mercado, às 10h. Durante seis dias, tudo é permitido às mulheres, que se esmeram em troçar dos homens. O palco preferido dessa encenação feminista ancestral são os "kneipen", os bares germânicos.
Sexta-feira é dia de trabalho. Mas muita gente vai para o batente fantasiada. Sábado e domingo, a bagunça autorizada se concentra nos bailes à fantasia e nas muitas "reuniões" organizadas pelas sociedades carnavalescas da cidade.
O ponto alto ocorre na segunda-feira. Trata-se do desfile da "Rosenmontag". Portando fantasias de inspiração medieval, cerca de 7.000 integrantes das sociedades desfilam a partir das 12h. A brincadeira preferida dos que desfilam comporta alguma violência: lançar balas e confeitos no público (e não para o público, note bem).

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