São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994
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Nice tem festa das mais antigas da Europa

DOMINIQUE BESSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como o Carnaval brasileiro, o Carnaval de Nice tem seus ritmos, suas técnicas, sua história, sua arte e sua beleza. Nada é deixado ao acaso desde o longínquo ano de 1294, quando se encontram pela primeira vez registros das festas carnavalescas.
A alma do Carnaval de Nice é a sátira, o travestimento, o grotesco; menos lírico e sem dúvida menos preocupado com a estética que o Carnaval do Rio, não deixa de ser a expressão de um período em que as dificuldades e as alegrias transparecem sob uma forma monstruosa ou estranha.
Sua Majestade Carnaval, o Príncipe do Lazer, de acordo com a época, foi Gargântua, Polichinelo, o Rei-Sol, um burguês da "belle époque", um herói da mitologia ou do folclore e, mais recentemente, Rei do Espaço; sob risos e gritos, denuncia as injustiças políticas, econômicas e sociais, diverte-se com tal ou tal personagem da atualidade.
Carnaval se casou, teve vários filhos e durante os séculos passeou dos muros da cidade até o mar. As máscaras e os animais não têm mais a função de afastar os espíritos malfeitores, nem de ajudar o sol a renascer. Eles transcendem o curso cotidiano das coisas e criam a "revolução de um dia".
Nice, capital francesa do Carnaval, é com efeito uma cidade de festas: festa das flores, com seu mercado inimitável; festa da mesa, com suas receitas provençais; festa do lazer e do bem-estar, pois seu olhar banhado de sol se vira para a Córsega, se estende em direção à Itália e atinge os Alpes.

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