São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994 |
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Bichos estão, literalmente, por todos os lados
CARLOS KAUFFMANN
Reserve muitos rolos de filme quando para uma incursão ao Pantanal. Nas estradas que cortam as fazendas aparecem aves de todo o tamanho, de beija-flores a jaburus, que medem até três metros. Os ninhais, frequentes durante a época de vazante, reúnem em torno das lagoas milhares de aves migratórias, atraídas pela abundância de alimento. Na beira dos rios, é comum encontrar socós, espécies de garças de coloração castanha, cafezinhos, jaçanãs, e bugios, macacos que produzem um ruído assustador ao amanhecer. Nos campos de cerrado é possível ver emas, porcos-do-mato, veados-catingueiros, tamanduás, cachorros-do-mato e seriemas. Nos capões do mato vivem araras-azuis, papagaios e mamíferos, como as onças-pintadas e antas. A caça de animais silvestres, que a Constituição de 1988 tornou crime inafiançável, foi um dos maiores instrumentos de recuperação da fauna nativa do Pantanal. Hoje, a preocupação é o contrabando de filhotes. Macacos, papagaios e araras são os preferidos pelos contrabandistas. No exterior, um casal de araras-azuis chega a custar US$ 30 mil. O abate do jacaré para obtenção de couro, que teve o seu auge nos anos 80, hoje é quase inexistente. Além da legislação mais dura, os países compradores de peles do animal deixaram de se abastecer no mercado ilegal, cedendo às pressões dos ambientalistas. (Carlos Kauffmann ) Texto Anterior: Três empresas voam à região Próximo Texto: Cheia renova vida de animais e plantas Índice |
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