São Paulo, quinta-feira, 3 de fevereiro de 1994
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Cheia renova vida de animais e plantas

CARLOS KAUFFMANN
DO ENVIADO ESPECIAL AO PANTANAL

O Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai e se estende pelos territórios do Brasil, Bolívia e Paraguai. Tem 240 mil km2 de área, da qual 60% concentrada nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul –o equivalente ao tamanho do Amapá.
A baixa declividade do rio Paraguai (menos de cinco centímetros por quilômetro no trecho brasileiro) dificulta o escoamento das águas pluviais da bacia que se acumulam na planície, deixando-a parcialmente inundada no período chuvoso, que vai de outubro a março.
A cheia é o elemento revigorante do Pantanal. O solo, pobre, é fertilizado pela matéria orgânica em decomposição que é levada pelas águas. Nessa época, diversas espécies de peixes passam a povoar os campos inundados e, quando o nível da água desce, são aprisionados nas lagoas, baías e banhados, fornecendo uma fonte de alimentação inesgotável para aves, mamíferos e répteis.
O período da vazante, de abril a junho, é um dos melhores para a observação da fauna do Pantanal. É quando os animais começam a sair das regiões mais altas –morros e as chamadas cordilheiras, com até seis metros acima do nível da planície– e as aves se concentram em torno dos lagos com abundância de peixe.
Durante a seca, que coincide com o inverno, os campos se tornam amarelados e a temperatura pode chegar a 0ºC, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente. Por outro lado, no verão o clima tropical é reponsável por médias de 25ºC na região, chegando à máxima de 40ºC.
A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora de acordo com a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado. A vegetação de cerrado, com árvores de porte médio entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, aparece nas alturas intermediárias. A poucos metros acima das áreas inundáveis, ficam os capões de mato, com árvores maiores como o angico, ipê e aroeira. Nas altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru. (Carlos Kauffmann)

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