São Paulo, sexta-feira, 4 de fevereiro de 1994 |
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Polícia prende falso diretor da Globo
ARMANDO ANTENORE
Desde o dia 2 de novembro de 1993, Pereira estava foragido do presídio público de Tremembé (SP), onde cumpria pena de dez anos. Fora condenado em 1989, por falsificar cheques e documentos. A Folha publicou ontem denúncias de cinco garotas que apontaram Orlando Pereira como proprietário de uma emissora fantasma de televisão –a TV JR, canal 8, UHF. Ele tentara contratar as jovens apresentando-se com o nome de Guel Arraes. Dizia que procurava "novos talentos" para protagonizar as minisséries do canal 8, que entraria no ar entre fevereiro e março. Pretendia, na verdade, usar as atrizes em produções de sexo explícito. Contra Orlando Pereira, há 47 inquéritos em andamento –todos por estelionato. Sua ficha criminal tem quase cinco metros. Quem esmiuçá-la saberá que o "falso Guel" também já se fez passar por Paulo Ubiratan, outro diretor da Globo. Para a polícia, Pereira disse que se formou em publicidade. Não mostrou, porém, nenhum diploma. Ele está preso na carceragem do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), zona norte de São Paulo. "Quando se fazia passar por diretor de TV, Orlando tentava impressionar as mulheres. Não desejava outra coisa senão seduzi-las", afirma Jonas Vieira de Mello Filho, 42, chefe dos investigadores do Deic. A polícia não permitiu que a reportagem entrevistasse ou fotografasse o prisioneiro. Vieira informou que dois agentes capturaram o "falso Guel" quarta-feira à noite –antes, portanto, de a Folha publicar as denúncias. Disse que a prisão se deu no edifício Jaraguá, em Santa Cecília, onde Pereira instalou a emissora fantasma. Vieira não esclareceu com precisão como a polícia descobriu o endereço. "Recebemos queixas contra o falsário. É só o que posso dizer." Texto Anterior: Jorge Amado visita terreiro nos 100 anos de Mãe Menininha Próximo Texto: Orlando tinha RG com nome de Guel Arraes Índice |
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