São Paulo, sexta-feira, 4 de fevereiro de 1994
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Evan Dando adora a histeria das fãs

MARCEL PLASSE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Evan Dando adora a histeria das fãs
Líder do Lemonheads é uma das estrelas do M2.000
Lemonheads é uma das atrações do M2.000 Summer Festival, que rola amanhã em Santos. A banda surgiu na cena independente de Boston na metade dos anos 80. Lançou seis discos, numa trajetória que foi do punk rock às baladas de country pop.
Ao violão, em seu quarto de hotel no Rio, o líder dos Lemonheads, Evan Dando, fala de mulheres, drogas e country.
*
Folha - Como você se envolveu com country?
Evan - Você já ouviu uma banda chamada Superchunk?
Folha - Nada country.
Evan - Yeah. Mac (guitarrista) do Superchunk começou a me mandar fitas de country em 87, com Hank Williams, Roy Acuff e coisas assim, o que me ligou para a música country. Outra pessoa me conseguiu uma porrada de material de Gram Parsons, porque eu fiquei curioso. Então, foi Mac o responsável por eu ter convidado Sneeke Pete (dos Flying Burrito Brothers, banda de Gram Parsons) pro disco.
Folha - Como você juntou Sneeke Pete, Rick James e Belinda Carlisle no disco "Come On Fellpthe Lemonheads"?
Evan - Aconteceu deles estarem na mesma cidade durante as gravações. Eu definitivamente queria ter a participação de Sneeke Pete. O mesmo em relação à Juliana, porque ela sempre participa dos nossos discos. No caso de Belinda, eu tinha escrito uma canção para ela. E Rick James estava à toa na área. Pensei que seria muito cool tê-lo no disco.
Folha - Qual é sua relação com Juliana Hatfield?
Evan - Somos só amigos.
Folha - Como você segurou ir do punk rock dos primeiros discos para as páginas da "Seventeen" (uma "Capricho" americana)?
Evan - Foi esquisito. Tudo começou como piada. Fiz esse tipo de coisa porque achei engraçado, mas agora começou a me incomodar. Não funcionou muito bem. Então, resolvi parar.
Folha - O que você acha das fãs histéricas?
Evan - Elas são cool. É o típico público de rock. Você sabe, dos Beatles e Jimi Hendrix. Eu gosto.
Folha - O fato de você ter passado a falar abertamente de drogas é uma tentativa de chocar as pessoas que passaram a vê-lo como um pin up?
Evan - Não, não. Eu tenho falado porque fiz a bobagem de me abrir com um jornalista, porque ele tinha vindo de Londres para me entrevistar em L.A., achando que tudo ia ficar em off, mas não ficou. E agora todo mundo me pergunta sobre isso, inclusive você.
Folha - A propósito, você já checou os produtos locais?
Evan - Hmm, não (risos). Não dá pra encontrar nada por aqui.

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