São Paulo, sexta-feira, 4 de fevereiro de 1994 |
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Falta graça em crítica ao mau humor francês
INÁCIO ARAUJO
Produção: França, 1991, 100 min. Direção: Étienne Chatiliez Elenco: Tsilla Chelton, Catherine Jacob, Sandrine Vonnier Onde: cine Belas Artes/sala Portinari Tia Danielle é um personagem que ilustra duas ou três coisas sobre a França. Talvez por aí se explique a repercussão que teve em seu país e a dificuldade que coloca para os estrangeiros. Titia Danielle é uma viúva de um militar (morto na Segunda Guerra) que dedica o essencial de seu tempo a odiar a humanidade de maneira sutil e sistemático. Ele se confunde, em grande parte, com a mesquinharia e a incapacidade de dar aos semelhantes o afeto que dedica a seu cachorro. Na história, Danielle já começa à toda, induzindo à morte sua fiel empregada. Como mora no interior e não há mais ninguém para cuidar dela, é levada para a casa do sobrinho-neto, em Paris. Na nova casa, terá à disposição vários parentes em quem despejar sua má vontade com a vida. O principal defeito de "Perversa e Perigosa" é, de longe, o fato de se deter em uma série de situações repetitivas, ao menos em sua primeira metade. Seu humor nem de longe lembra a tradição francesa no ramo. O país que já teve Tati (Jacques), agora se conforma com Tatie. É um abismo. O melhor acontece a partir da entrada de Sandrine (Isabelle Nanty), a jovem que os parentes contratam para cuidar da titia, quando saem em viagem de férias. É o momento em que se estabelece um confronto. Sandrine não vê o mundo de maneira tão diferente de tia Danielle. O filme se animará com o embate. Nem por isso se tornará bem filmado ou se desfará a impressão de que Tsilla Chelton pode ser uma dama do teatro, mas passa de maneira sofrível no cinema. (Inácio Araujo) Texto Anterior: Osesp contrata mais músicos Próximo Texto: Folha fará pré-estréia Índice |
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