São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Hospital improvisa atendimento

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O gari Ossian Moura, 60, foi internado com cólera às 8h da última segunda-feira no Hospital Nossa Senhora da Conceição, no bairro Conjunto Ceará, em Fortaleza. Na manhã de terça, ele era um dos 16 pacientes do hospital acomodados em espreguiçadeiras, porque os 18 leitos disponíveis para coléricos estavam todos ocupados.
Segunda a diretora do hospital, Virgínia Justa, as espreguiçadeiras atendem 40 pessoas com sintomas de cólera que o hospital recebe diariamente: "Nas espreguiçadeiras a gente coloca o paciente em estado menos grave, que não corre risco de vida". Segundo ela, o hospital tem 23 espreguiçadeiras.
O gari acha que contraiu cólera bebendo água de uma cacimba (tipo de poço) perto de casa. Segundo o secretário de Saúde de Fortaleza, Raimundo Bezerra, cerca de 99% da água de poços e cacimbas está contaminada por coliformes fecais.
Moura mora com a mulher e cinco filhos no bairro da Granja Portugal, numa vila sem saneamento básico, na qual a maioria dos moradores contraiu o cólera. A vila fica perto do rio Siqueira, contaminado pelo vibrião. O rio corta a região onde estão cerca de 55% dos 250 casos da doença registrados por dia na capital. (PM)

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