São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994 |
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Governo de SP tem prejuízo de US$ 7 mi Estocagem avaria laboratórios importados por Quércia CLÁUDIO JULIO TOGNOLLI
Os valores do prejuízo foram estimados no início da semana por dois peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo (IC), para onde deveriam convergir todos os aparelhos do laboratório suíço. O prejuízo se deve a avarias técnicas que os aparelhos sofreram no último ano e meio, desde que as peças chegaram ao Brasil e foram estocadas nos galpões da Infraero, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (35 km a leste de São Paulo). Desde o ano passado, os aparelhos estão estocados nos galpões da empresa Metropolitan, na zona oeste da cidade. O laboratório não pode ser usado porque ainda transita no Ministério Público Federal e na Polícia Federal inquérito que apura o superfaturamento das compras feitas por Orestes Quércia. Enquanto a Justiça não se decidir sobre o caso, o lote permanece estocado. A Folha teve acesso aos 10 jogos de guias de importação do laboratório, sem licitação, emitidos pelo Banco do Brasil em 31 de outubro de 1989 e 27 de dezembro de 1990, que representam compras de, respectivamente, US$ 22,2 milhões e US$ 25 milhões. As guias elencam 941 itens, que incluem computadores, microscópios eletrônicos e reagentes químicos. Dizem os peritos que não é praxe, em nenhum lugar do mundo, que aparelhos de tamanha precisão fiquem encostados sem uso. Isso acarreta não só a perda total dos suprimentos químicos, como também a inabilitação parcial de alguns instrumentos, como computadores. Estima-se que um laboratório desse tamanho, quando em desuso, tenha uma perda anual de até 25% de sua capacidade original de operar. Os computadores, por exemplo, toda vez que abandonados e desligados sofrem um processo chamado "relaxação". Isso inabilita parcialmente o sistema dos transistores e da polarização eletrônica dos componentes. Os reagentes químicos, por exemplo, sofrem oxidação e se decompõem. Os microscópios, como o Espectrofotômetro de Absorção Atômica, comprado por US$ 4 milhões, sofre avarias nos prismas que decompõem a luz. O recalibramento do aparelho só é feito na Suíça O advogado Adacir dos Reis prepara duas novas ações contra o governador Orestes Quércia, que serão entregues ao Ministério Público Federal e à Polícia Civil na próxima semana. A primeira pede investigações do prejuízo sofrido com a estocagem. A segunda pede que o diretor do IC, Edson Viegas, seja indiciado sob acusação de prevaricação e omissão. Adacir é assessor jurídico dos deputados Luiz Gushkiken e Luiz Azevedo (PT-SP). Texto Anterior: Vieira procura alianças anti-Lula Próximo Texto: Profissionalismo faz sucesso do vôlei Índice |
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