São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Ansioso é vítima comum da insônia

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é preciso ter um esquema de trabalho "maluco" para sofrer na hora de dormir. De executivos a serventes de serviços gerais, todos estão vulneráveis aos distúrbios do sono.
Pesquisa sobre as condições de saúde dos funcionários do Banco Nacional, realizada em 91 como parte do Programa de Qualidade de Vida da empresa, apontou que o sono agitado faz parte da rotina de 44% dos empregados. Dos que convivem com o problema, 0,23% são executivos, 1,90% são gerentes mais graduados, 38,71% são técnicos (analistas, psicólogos) e 46,89% são funcionários básicos (recepcionistas, caixas de agências).
A ansiedade criada no trabalho é a principal inimiga do sono. "Mais de 30% dos pacientes que procuram meu consultório não dormem por causa da ansiedade", afirma Rubens Reimão, neurologista do Hospital da Clínicas.
"Esse mal pode ser traduzido como medo psicológico", diz Sigmar Malvezzi, 51, professor da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador em psicologia do trabalho. "É o medo de perder o emprego, de assumir mais responsabilidades, de não se realizar profissionalmente, de não conseguir pagar as contas no fim do mês", explica.
Esses temores são comuns a profissionais envolvidos com tomada de decisões, como os diretores de empresas e os que atuam na área financeira e de marketing. Também é frequente nos que têm a obrigação de ser precisos, como bancários e engenheiros. Outros trabalhadores vulneráveis são os garçons e operários de linha de montagem, que podem sofrer a ansiedade causada pela função repetitiva, sem fim e para a qual há pouco estímulo. (DCM)

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