São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Edinho pede justiça e promete 'vingança'

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O goleiro Edinho quer justiça. Ele disse que espera ser efetivado como titular do Santos a partir do jogo desta tarde, em Santo André. Há 38 anos, em 1956, o pai de Edinho, Pelé, vestia pela primeira vez a camisa do Santos em um jogo realizado em Santo André. O placar do jogo: 7 a 1 para o Santos, com um gol de Pelé, o carrasco dos goleiros. "Agora, chegou a minha vez de ser o carrasco dos atacantes", afirma Edinho.
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Folha - Você reestréia no Santos, mesmo time do seu pai, e em Santo André, mesma cidade que Pelé jogou pela primeira vez como profissional de Vila Belmiro. É uma simples coincidência?
Edinho - É engraçado. Pensando bem acho que existe uma ligação nisso tudo. Espero ter a mesma sorte que ele teve. Se depender do meu esforço, isso pode acontecer.
Folha - Você não teme comparações?
Edinho - Isso sempre existiu, até nos Estados Unidos, onde vivi por 15 anos. Meu pai foi o terror dos goleiros, o carrasco dos goleiros. Quem sabe eu não posso chegar, um dia, a ser o carrasco dos atacantes.
Folha - O pai Pelé é muito exigente?
Edinho - Muito. Ele sempre me joga na cara que como futebolista deu para o pai dele, meu avô, títulos nacionais e mundiais.
Folha - Ele cobra isso de você?
Edinho - Para uns é cobrança, para outros é um incentivo.
Folha - E o que você responde para ele?
Edinho - Eu fico quieto, de boca calada e peço paciência.
Folha - E para o técnico Pepe, se você pudesse o que pediria?
Edinho - Justiça. Luto muito para ser titular do Santos. Se for o melhor, na opinião dele, quero ser mantido como titular.
Folha - O fato de ser filho do maior goleador da história do futebol nunca te fez querer jogar fora da posição de goleiro?
Edinho - Eu sempre quis ser goleiro. A posição sempre me atraiu. O goleiro se destaca dos demais, até nas regras.
Folha - O que te levou a ser goleiro?
Edinho - Sempre fiz esportes como beisebol, basquete, futebol americano, esportes que usam as mãos. Além disso, quando jogava nos Estados Unidos, com mais ou menos 10 anos, o pessoal não me deixava jogar na linha. Eu pegava a bola na defesa e ia até o gol adversário. Aí perdia a graça. Por isso eu jogava no gol. Daí acabei gostando, sem nenhuma influência do meu pai.

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