São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994
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Investigações são indiretas

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudar o interior da Terra é um desafio. Todo o material que sai pelos vulcões vem de profundidades de no máximo 200 km. Como o planeta tem raio estimado em 6.371 m, mais de 90% do interior é inacessível.
As conclusões dos pesquisadores são, portanto, indiretas. A maioria com base em observações sismológicas, como o trabalho de Jeroen Tromp. Ondas emitidas por terremotos são o melhor meio de comunicação com o interior do planeta. Através delas foi possível deduzir suas camadas.
Basicamente são: núcleo sólido, núcleo líquido, manto sólido, uma zona de transição e a crosta. É possível conhecer a divisão, porque a velocidade de propagação das ondas tem relação com o material que atravessam e fazem vibrar.
A constituição provável das regiões também pode ser deduzida. Os núcleos, sólido e líquido, por exemplo, são constituídos principalmente por ferro, enquanto o manto e a crosta, de óxidos e minerais rochosos.
As pressões e temperaturas crescem à medida que a profundidade aumenta, o que explica as mudanças de estado. O núcleo líquido é uma imensa caldeira de ferro que funciona como um dínamo. Seu movimento é o principal responsável pelo campo magnético da Terra.
Um cristal de ferro no centro da Terra não é absurdo levando em conta as altíssimas pressões com que a natureza fabrica os diamantes. O núcleo sólido está a pressões mais de 300 vezes maiores que a da crosta e a temperaturas superiores a 5.500 ºC. Com diâmetro de mais de 2.000 metros e uma forma levemente achatada, pode ser a pedra mais preciosa do mundo.

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