São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994 |
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Paz não reduz violação de direitos humanos
CLAUDIO GARON
Entre as preocupações atuais da Anistia está o respeito aos direitos humanos no conflito entre Exército e rebeldes em Chiapas (sul do México). Relatório divulgado há duas semanas aponta diversas violações cometidas pelo Exército. Opositora incondicional da pena de morte, a Anistia detecta um crescimento da popularidade das execuções no mundo. Para a entidade, a oposição à pena de morte baseia-se no respeito ao direito à vida. "Democracia e direitos humanos nem sempre caminham juntos", diz Garbarz, sobre propostas de plebiscito para adoção da pena. Paulistano do Bom Retiro, Garbarz emigrou para Israel em 1974. Entre 1983 e 86, esteve no Brasil como representante do movimento pacifista israelense Paz Agora e aqui se filiou à Anistia Internacional. Em 1986, voltou a Israel e continuou trabalhando na Anistia. Militante pacifista num país em estado de guerra, Garbarz diz que era visto de forma negativa, até mesmo como um "traidor" pela população israelense. Ex-enfermeiro do Exército, Garbarz conta que chegou a ser preso. A publicação de um diário no qual conta sua experiência como militar nos territórios ocupados rendeu-lhe uma condenação a 15 dias de prisão. Sobre o processo de paz, diz que os pacifistas sempre souberam que ele começaria, apenas foram surpreendidos pelo momento: "Parece que eles acordaram antes do que a gente imaginava." Garbarz lamenta, no entanto, que a questão do respeito aos direitos humanos ainda não entrou na pauta das negociações entre o presidente da OLP, Iasser Arafat, e o premiê de Israel, Yitzhak Rabin. Texto Anterior: Recuperação econômica dos EUA é frágil Próximo Texto: Presos de opinião no mundo Índice |
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