São Paulo, domingo, 6 de fevereiro de 1994 |
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Ford Mustang completa 30 anos em abril
RICARDO CARUSO
Modelos das primeiras séries são considerados clássicos; linha 94 tenta recuperar prestígio do carro O Mustang, um dos mitos da indústria automobilística mundial, está completando 30 anos de produção. Lançado nos Estados Unidos em abril de 1964, teve altos e baixos no mercado, mas manteve a fama, graças aos primeiros exemplares, hoje considerados clássicos. Não é exagero algum afirmar que o Mustang foi o "carrão" norte-americano mais popular dos anos 60, da mesma maneira que os Chevrolet Bel Air haviam sido na década de 50. O carro foi criação de Lee Iacocca, então presidente da Ford. Em apenas dois anos sua equipe projetou e colocou em produção o Mustang, mesmo com parcos recursos. A fábrica havia destinado US$ 40 mil (da época) para o projeto Mustang, apostando todas as suas fichas e US$ 250 mil no desenvolvimento da linha Galaxie. O Mustang era destinado ao mercado jovem, graças às suas linhas esportivas e preço baixo; em 1964 custava cerca de US$ 2.500. Antes do Mustang, havia existido um outro Mustang, batizado de "Mustang I", carro esportivo que não saiu do protótipo, mas deu origem ao Ford GT 40 de competição. Isso comprova que sua linhagem –apesar do desprezo da Ford– era realmente nobre. Em 1964, as opções de motores eram limitadas a quatro: dois de seis cilindros (2.786 cc e 3.278 cc) e dois V8 (4.281 cc e 4.736 cc). O câmbio standard era de três marchas mecânico, e havia opcionais de quatro marchas mecânico ou três automático. Um dos melhores e maiores motores do Mustang foi o 428 V8, usado em 1968, que tinha 7.041 cc e quase 400 cv de potência. Durante vários anos o Mustang passou por constantes reestilizações que acabaram descaracterizando totalmente o modelo. Os aficionados dividem a história do Mustang em sete fases: 64/66, 67/68, 69/70 (as três consideradas clássicas); 71/73, 74/78, 79/93 e 94 (consideradas como pouco importantes e até desprezíveis). Antes da versão 94 (leia texto ao lado ), o Mustang padeceu anos com a versão que durou de 1979 até o ano passado, que o transformou em um carro comum. Na época do seu lançamento, o sucesso do Mustang havia sido tão grande que a estimativa de vendas da Ford (100 mil carros em 12 meses) foi superada já no quarto mês de fabricação. Nos primeiros 12 meses as vendas chegaram a mais de 410 mil unidades. O Mustang foi um campeão de vendas até 1974, quando a crise do petróleo tomou proporções ameaçadoras e selou o destino, pelo menos naquela época, dos motores V8. O Mustang virou um carro pequeno e econômico, encerrando uma era que entrou para a história. O jornalista Ricardo Caruso é redator-chefe da revista "Oficina Mecânica". Texto Anterior: Bosch lança velas com eletrodo de prata; Motul francesa traz óleo 2T sem fumaça; Varga lança kit de segurança para freios; PUC do Paraná fornece pós-graduação em tráfego; Vectra adota direção hidráulica nacional; Mazda e Ford elevam aproximação comercial Próximo Texto: Linha 94 é mais esportiva Índice |
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