São Paulo, segunda-feira, 7 de fevereiro de 1994
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Imagens simulam destino de partículas

Na tela, é possível 'ver' o invisível

EYAL COHEN
DA "NEW SCIENTIST"

Cientistas franceses da "ArSciMed", companhia especializada em arte científica, estão desenvolvendo formas de "enxergar" as partículas elementares da matéria, invisíveis aos microscópios de maior resolução.
Ao entrar no mundo quântico, que trata dessas partículas, quanto mais precisamente você focaliza uma delas, mais as outras se tornam difusas. As imagens que podem ser geradas são representações abstratas, simplificadas –uma forma de arte visual. Para criá-las em filme é preciso ajustar tudo a uma escala humana.
Se escolhemos fixar a posição das partículas, elas respondem cambaleando como bêbados. Se escolhemos retratá-las com uma determinada energia, elas flutuam como nuvens. O truque é encontrar um meio de descrevê-las ao computador que ainda guarde semelhança com a física real.
Foi recriado em computador um breve momento na vida das partículas elementares no início do Universo (veja fotos ao lado). Nele, partículas podem ser seguidas por todo seu destino.
Para construir essa sequência virtual, chamada de "Sopa Quente do Início do Universo", primeiro é escolhido o tipo de partículas e as interações entre elas. Cada interação é caracterizada por probabilidades de que o sistema evolua de um quadro de filme para outro.
Definido o ponto inicial da animação, o computador assume o comando. Ele avança o relógio e identifica as partículas que sobreviverão e as que serão aniquiladas. As imagens apresentadas são "instantâneos" desse mundo.
A sequência dura dois minutos e tem 25 quadros por segundo. Apenas o primeiro quadro é predeterminado. Daí por diante, é possível escolher a partícula a ser perseguida, ou mudar de identidade e perseguir uma outra. O destino é determinado unicamente pelas probabilidades programadas no computador. As possibilidades de aplicação desses programas em cinema de verdade é ilimitada.

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