São Paulo, segunda-feira, 7 de fevereiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O Nafta e o franchising

MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO
Muito se tem falado sobre o Nafta, o acordo comercial que juntou num único bloco os EUA, Canadá e México. Mas ninguém se preocupou em comentar como poderá ser afetado o franchising. É disso que vamos falar hoje.
Porém, antes de entrar no tema, é preciso dizer que resolvemos por em prática uma lição que aprendemos com nosso querido amigo e "colega" de Caderno Negócios da Folha, o grande publicitário Alex Periscinotto. Convencemos Marcelo Althoff, diretor-executivo do Instituto Franchising, a abrir mão de 30 exemplares da edição 94 do Guia de Oportunidades em Franchising, para premiar os leitores desta coluna. Afinal, quem é leitor da Folha merece sempre o melhor.
As 30 primeiras cartas que chegarem à sede do Instituto, à r. Fidêncio Ramos, 100, 11.º andar, em São Paulo, Capital, CEP 04551-010, vão receber pelo Correio, inteiramente grátis, um exemplar do Guia.
Voltando ao Nafta, o texto do acordo não menciona expressamente o sistema de franchising. Contudo, diversas normas tendem a tornar mais fácil a exportação e importação de franquias entre os respectivos países.
A maior facilidade criada é a supressão das barreiras alfandegárias para a importação de produtos de um país pelo outro. Isso vai facilitar as atividades de franqueadores que precisam importar produtos para distribuí-los a seus franqueados que operam em outro deles. Por exemplo: o master-franqueado da Arby's no México enfrentará menos problemas e menos burocracia para importar o rosbife (que, ao contrário do que ocorre com a Arby's Brasil, vem dos EUA) e as batatinhas (canadenses) que serve em seus restaurantes próprios e franqueados.
O maior impacto do Nafta a curto prazo será sobre as franquias do setor automotivo. Pelo acordo, são reduzidas de imediato todas as barreiras tributárias e alfandegárias relacionadas à importação por qualquer país do acordo, de veículos automotores, autopeças e acessórios fabricados nos demais países membros.
Além disso, o acordo impõe um maior respeito aos direitos de propriedade intelectual das empresas sediadas e dos cidadãos residentes nos demais países do Nafta. Traduzindo: tende a acabar a pirataria de marcas, patentes e designs que faz a festa de alguns empresários mexicanos.
No que é que tudo isso nos incomoda ou refresca? Tá assim de gente boa, aqui e lá fora, fazendo força para que Brasil e Chile (talvez junto com a Argentina) se unam ao bloco norte-americano, criando uma espécie de Mercado Comum das Américas. Algo como um Mercosul de gente grande.
É bom a gente já ir se preparando, para quando isso acontecer. Afinal, siri que bóia, a onda leva.

MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO são diretores da Cherto & Rizzo Franchising e do Instituto Franchising, professores da Franchising University e da FGV, escritores e conferencistas.

Texto Anterior: Águas minerais na berlinda
Próximo Texto: Investidor aguarda decisões políticas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.