São Paulo, segunda-feira, 7 de fevereiro de 1994
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Crise desafia lideranças

DA REPORTAGEM LOCAL

A recessão dos últimos anos está acelerando o processo de troca de gerações no comando das empresas familiares brasileiras. "A crise cansou a velha geração e colocou em cheque algumas lideranças mais tradicionais", diz João Bosco Lodi, diretor da J.B. Lodi Consultoria.
Segundo ele, a divisão que cuida de sucessão nas empresas familiares já participa com 50% do faturamento da J.B Lodi. A consultoria trabalha com uma média de 30 clientes por ano. "As empresas tentam passar pelo processo de sucessão no comando sem traumas. Por isso elas nos procuram."
Até o final da década, prevê, vão aparecer casos complicados de sucessão nos grandes grupos familiares nacionais. Na análise de Lodi, muitos fundadores têm medo de tomar medidas drásticas. "Eles acabam dando uma de avestruz na hora H." Ao mesmo tempo, diz ele, têm receio de passar o bastão porque não confiam na nova geração, muitas vezes despreparada para assumir o comando da empresa. Vale lembrar que a questão societária também é outro forte motivo de discussões entre os herdeiros.
Para Alberto Borges Matias, diretor da Pril Consultoria, quando uma empresa decide enfrentar o processo de sucessão precisa seguir alguns mandamentos: ter bom senso, concordar que o processo seja coordenado por uma consultoria, aceitar um plano de ação e participar ativamente da implementação do programa.
O trabalho da consultoria começa com a avaliação dos possíveis sucessores. Após o estudo do perfil de cada um é desenvolvido um plano de ação e o sucessor decide se quer a participação de profissionais de fora."Se o futuro sucessor não participa ativamente da empresa vai ter que fazer um programa de assimilação, com o acompanhamento da consultoria."

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