São Paulo, segunda-feira, 7 de fevereiro de 1994
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Má arbitragem irrita equipes

DA REPORTAGEM LOCAL

"Dei por trás. Tinha que ser expulso mesmo." Apesar da frase, o lateral Vítor não reconheceu que deu um soco no atacante Gláucio, aos 26min do primeiro tempo entre São Paulo e Portuguesa, ontem no Canindé. Vítor foi expulso pelo árbitro Joaquim Carlos Caetano, em uma de suas poucas decisões acertadas na partida. Mesmo assim, ele só tirou o cartão vermelho do bolso porque o banco da Portuguesa quase invadiu o campo, especialmente o técnico Fito Neves, que gritou e gesticulou freneticamente.
Foi o divisor de águas. Se o jogo já não era bom, passou a ser um festival de pancadaria, principalmente no segundo tempo. O juiz Caetano se mostrou despreparado. Mostrou sete vezes o cartão amarelo, de maneira indiscriminada. No final da partida, jogadores como Marcelo Veiga, que já havia levado o amarelo e "caçava" Euller em campo, abatiam os adversários como se tivessem certeza de que não seriam expulsos.
No lance do pênalti em Sinval, Caetano justificou, com uma frase surreal, o amarelo para Zetti: "O Sinval não ía na direção do gol e sim para a lateral". Por linhas tortas, Caetano foi, dessa vez, justo. Zetti não era o último homem (caso fosse, teria que levar vermelho). O juiz não percebeu que Júnior Baiano já se encontrava atrás do goleiro.
Para o São Paulo, nada pior. Com Vítor fora, Muricy trocou Ronaldo Luís por Nem, zagueiro revelação dos juniores, e deslocou Gilmar para a direita. O gol de empate só saiu num lance de felicidade de André. Já nos descontos do primeiro tempo, André errou um cruzamento e a bola acabou entrando. No intervalo, o jogador reconheceu que o lance foi inesperado. Ao final do jogo, já dizia que tinha "percebido o goleiro adiantado".
No segundo tempo, Muricy tirou o cansado Valdeir de campo e colocou Danilo. "Reconheço que naquela altura o empate já não me parecia um mau resultado. Mas a minha intenção era liberar o Juninho para subir mais e deixar o Danilo na marcação", justificou Muricy.

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