São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994 |
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Câmara investiga "pianista" na votação
LILIANA LAVORATTI; GUSTAVO PATÚ
O secretário-geral da Mesa da Câmara, Mozart de Paiva, disse ontem que está descartada a possibilidade de falha técnica no sistema eletrônico que contabilizou a votação, na última quarta-feira. Segundo Mozart, esta é a primeira vez que um parlamentar questiona os resultados apurados pelo painel eletrônico. O parecer foi encaminhado ao corregedor, deputado Fernando Lira (PDT-PE), pelo presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE). Mandarino –membro da bancada ruralista, principal interessada na aprovação do projeto–, garantiu ontem que pode "provar com facilidade" que não estava nem sequer no plenário durante a votação. O deputado, que foi presidente da Caixa Econômica Federal no final do governo Sarney, assegura também ser contrário à anistia: "Sou uma das pessoas que mais entende de crédito rural no país, e sei que a medida é inviável", disse. Mandarino é funcionário do Banco do Brasil –que terá um rombo de US$ 97 bilhões caso o Senado aprove o projeto. O próximo passo da Corregedoria será decidir se abre ou não uma sindicância sobre o caso. As possibilidades de alteração no resultado da votação são remotas, segundo assessores parlamentares. Isso porque a carta de Mandarino a Inocêncio, denunciando a suposta irregularidade, é da última sexta-feira, dois dias após a votação. "Como o fato é inédito, precisaremos de um estudo jurídico sobre o procedimento", explicou Mozart. O deputado José Fortunatti (PT-RS) também enviou requerimento à presidência da Casa pedindo a alteração do registro de seu voto. O painel registrou abstenção de Fortunatti, que garante ter votado contrariamente ao projeto. Ele admite que possa ter se enganado no momento de digitar seu voto e não suspeita de fraude. Texto Anterior: Dívida é de grande produtor Próximo Texto: Governo estuda represália contra fundos Índice |
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