São Paulo, terça-feira, 8 de fevereiro de 1994
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Fundação dá US$ 1 milhão por teste médico

FERNANDA GODOY
DE NOVA YORK

Um milhão de dólares em troca de um teste simples, eficiente e barato para detectar duas das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo: gonorréia e infecção por clamídia. O desafio foi lançado ontem, em Nova York, pela Fundação Rockefeller, que vai pagar o prêmio a quem conseguir dar o importante passo no combate a essas doenças, responsáveis por 75 milhões de novos casos por ano no mundo.
Ficou estabelecido um prazo de cinco anos (até março de 1999), mas o primeiro indivíduo ou grupo –de qualquer nacionalidade– que satisfizer os critérios do comitê de julgamento leva o prêmio. O teste vencedor terá que ter as seguintes qualidades: alta precisão, eficácia em pacientes assintomáticos e rapidez (resultado pronto em 20 minutos). Além, disso precisa ser barato e de aplicação simples, isto é, não pode requerer equipamentos sofisticados.
Segundo Seth Berkley, diretor da área médica da Fundação Rockefeller, estas exigências visam garantir que o teste possa ser aplicado mesmo nas regiões mais pobres de países do Terceiro Mundo. "Estamos falando em lugares sem eletricidade ou água corrente. Testes que precisam ser armazenados em refrigeradores, por exemplo, estão fora de questão", disse.
Atualmente existem testes para diagnosticar ambas as doenças, mas eles custam entre US$ 5 e US$ 12, o que os torna proibitivos para países subdesenvolvidos e mesmo para as populações pobres dos EUA. A meta da Fundação Rockefeller é um custo de 25 centavos de dólar por cada teste, em lotes de 100 mil. Também estão sendo consideradas as barreiras culturais ao diagnóstico da gonorréia e da infecção por clamídia –o teste vencedor não poderá incluir exames de órgãos genitais, considerados embaraçosos ou inaceitáveis em algumas culturas.

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